Em face da grande quantidade de cultivares comerciais de milho, da rapidez da sua substituição no mercado e da heterogeneidade das condições ambientais e do nível tecnológico das lavouras, faz-se necessário o estudo contínuo do desempenho dos materiais comerciais nas principais regiões do Estado.

A produtividade de grãos é resultado da interação entre o potencial genético das cultivares e o ambiente. Assim, a adequação da cultivar ao ambiente e/ou a melhoria deste para atender às exigências do genótipo permitem maximizar a exploração das sementes melhoradas e, consequentemente, proporcionam aumentos de produtividade sem alterar os custos.  

Em áreas geográficas extensas, como a do Estado de São Paulo, a avaliação regionalizada de cultivares permite conhecer melhor os ambientes onde cada cultivar se sobressai e comparar suas vantagens e limitações nas diferentes regiões. Para operacionalizar esse tipo de estudo é necessário sua estratificação e a instalação de número suficiente de ensaios para representar as condições edafoclimáticas e os sistemas de produção predominantes nas regiões.

O sistema de avaliação regional de cultivares de milho do IAC, consolidado em 1995, é o resultado da interação entre o setor público (SAA e Faculdades de Agronomia) e a iniciativa privada (Empresas de Pesquisa e Produção de Sementes, Cooperativas e Associações de Produtores), visando à geração contínua de resultados sistematizados para orientar técnicos e agricultores na escolha dos cultivares. 

Avaliam-se as principais cultivares de milho disponíveis para os agricultores no Estado de São Paulo, utilizando como padrões as utilizadas com maior frequência nas lavouras em cada região. Tem sido avaliadas aproximadamente 60 cultivares por ano, as quais são representativas do mercado e apresentam grande variabilidade de suas características agronômicas. Há grande oferta de novos híbridos e, por ser um mercado muito dinâmico, ocorre a substituição da maioria do portfólio comercial das empresas a cada três anos.

Na estratificação dos ambientes do sistema, considerou-se principalmente a altitude e o tipo de solo. Na safra de verão, são três regiões: Centro, Sul e Norte/Noroeste.  A região Sul está na parte mais alta de São Paulo e estende da Rodovia Castelo Branco até a divisa do Estado do Paraná. A região Centro é limítrofe com Minas Gerais em áreas com altitudes iguais ou superiores a 600m, nas serras do mar e da Mantiqueira. A região Norte/Noroeste está abaixo de 600m, nas bacias dos rios Grande e Paraná e o pontal do Rio Paranapanema, onde ocorre uma extensa área com altitudes próximas ou inferiores a 400 m. Na safrinha são apenas duas regiões: O Médio Paranapanema e o Norte/Noroeste. O Médio Paranapanema situa-se na divisa do Paraná, apresentando, em comparação ao Norte/Noroeste, temperaturas mais amenas e deficiência hídrica menos acentuada no inverno.