01/08/2020 até 28/12/2022
IAC, Centro de Ação Regional
tecnologia da produção
Qualidade do solo e nutrição de plantas
Na maioria das lavouras da região centro-oeste brasileira é empregada a adubação a lanço porque as estruturas operacionais não atenderem, sem atraso, à demanda da operação conjunta de semeadura e adubação no sulco.
Tem-se empregado também a adubação de sistemas produtivos, contemplando a sucessão de soja e milho safrinha, em vez de cada cultura isoladamente. Assim, em solos de fertilidade construída (acidez corrigida e teores de fósforo e potássio acima do nível crítico), a recomendação da adubação é feita por ano agrícola, e não exclusivamente para cada cultura, utilizando como referência a reposição dos nutrientes exportados pelos grãos.
Estudos realizados recentemente pelo IAC no estado de Mato Grosso, em parceria com a Fundação MT, revelaram o efeito de arranque da adubação fosfatada no milho safrinha, associado ao nitrogênio e enxofre, aumentando sua produtividade, sem prejuízo na soja em sucessão, onde o fósforo deixou de ser aplicado parcialmente ou totalmente. Verificou-se ainda baixa frequência de resposta ao potássio na cultura do milho safrinha, não obstante o seu elevado acúmulo na parte aérea da planta.
Falta definir se é possível retirar a aplicação de potássio da cultura do milho safrinha e aplicar a quantidade exportada pelo milho juntamente com a do potássio da soja, fazendo toda aplicação do potássio na soja. Para tanto, é necessário a realização de pesquisas em solos contrastantes quanto a textura do solo, incluindo os solos arenosos que, por apresentarem maior lixiviação deste nutriente em profundidade, podem ser necessário a aplicação do potássio nas duas culturas.
Os objetivos do projeto são: a) definir quando aplicar e as doses de potássio (K) na sucessão soja e milho safrinha; b) confirmar a importância da aplicação de parte do fósforo (P) no milho safrinha em relação à aplicação total na soja; c) verificar a viabilidade de aplicação de dose total de nitrogênio (N) na semeadura do milho safrinha em relação à sua aplicação em cobertura.
O trabalho está sendo desenvolvido no campo durante dois anos agrícolas, começando em outubro de 2018 e finalizando em agosto de 2020, em duas áreas experimentais no Mato Grosso. O local 1 é em Sorriso, na estação de pesquisa da Mundo Agri, e o local 2 é em Vera, na estação de pesquisa Mulinari Consultoria. A área 1 se destaca pelos maiores teores de argila, correção da acidez do solo e maiores teores de S e micronutrientes. Na camada 0-20 cm, a área 1 (Mundo Agri) apresenta 322 g kg-1 de areia, 138 g kg-1 de silte e 540 g kg-1 de argila e a área 2 (Mulinari), 699 g kg-1 de areia, 51 g kg-1 de silte e 250 g kg-1.
O delineamento experimental é de blocos ao acaso em esquema fatorial 2x2x4+6, com quatro repetições. O primeiro fator é referente ao fósforo (aplicação nas duas culturas vs omissão no milho safrinha) e o segundo e terceiro são relativos ao potássio: cultura adubada (soja ou milho) e doses (0, 60, 120 e 180 kg/ha de K2O). Empregam-se ainda seis tratamentos extras, que contemplaram duas testemunhas: uma absoluta (sem P e K) e outra com ausência apenas de P, e quatro tratamentos com aplicação de 90 kg/ha de P2O5 na soja e apenas 30 kg/ha de P2O5 no milho safrinha, com diferentes variações no K. No total serão 88 parcelas com 10 linhas (2 passadas de 5 linhas) no espaçamento 45 e 50 cm (4,5 m e 5,0 m de largura) e 10 metros de comprimento (45 e 50 m2), nas áreas 2 (Mulinari) e 1 (Mundo Agri), respectivamente (aproximadamente 0,4 ha em cada local).
Aildson Pereira Duarte | Coordena este projeto |
O SGP (Sistema de Gestão de Pesquisa) foi implementado em todas as unidades APTA, para centralizar o controle de todos os projetos desenvolvidos sob sua supervisão. [Ler mais]
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