Detalhes do projeto SGP 814

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VITRINE AGROECOLÓGICA - AS BASES TECNOLÓGICAS DAS PESQUISAS EM AGROECOLOGIA

Coordenador(a): Antonio Carlos Pries Devide

Vigência do projeto

01/11/2018 até 31/12/2025

Unidade responsável

AR, Polo Regional Vale do Paraíba

IAC, Centro de Horticultura

Área Estratégica

desenvolvimento regional

Linha de Pesquisa

Sistemas de produção

 

As atividades em Agroecologia foram planejadas para abranger os campos tecnológico, ambiental, social e cultural, para promover a redução dos impactos das externalidades do modelo de agricultura convencional sobre essas dimensões. 

Objetivos gerais da Agroecologia

  • Buscamos reduzir a contaminação por agrotóxicos nos alimentos, trabalhadores rurais e no meio ambiente, através da promoção de uma agricultura limpa.
  • Visamos aumentar a resiliência dos cultivos e criações animais por meio da biodiversidade e ambiência como eixo central no planejamento de sistemas de produção de base agroecológica para o combate dos efeitos das alterações do clima sobre a produção agropecuária e florestal, o meio ambiente e a saúde das populações.
  • Buscamos fortalecer os agricultores para se libertarem dos pacotes tecnológicos por meio da redução da dependência econômica ao incentivá-los a ingressarem em uma nova agricultura, baseada em processos e não em produtos, estimulando a adoção de sistemas de produção de base agroecológica que integrem os componentes vegetal, animal, florestal e humano na paisagem com um balanço energético mais positivo.
  • A produção de alimentos em sistemas agroecológicos busca promover a soberania e segurança alimentar e nutricional, a autossuficiência da unidade familiar em recursos de produção bem como a sua viabilidade econômica por meio da aproximação de grupos de agricultores organizados e consumidores conscientes.
  • Os sistemas agroecológicos de produção visam promover a restauração ecológica e a valorização das terras além de reconectar o ser humano na paisagem.
  • A Agroecologia visa a inclusão de jovens agricultores, de mulheres e minorias, unidos entorno de uma rede colaborativa de assistência técnica e extensão rural (ATER) atrelada às pesquisas, compensando o déficit de ATER, combatendo o êxodo rural e promovendo a inclusão social e o ingresso desses atores no mercado de produtos agroecológicos. 

Estratégias do projeto

  • Para atingir os objetivos gerais deste projeto destacamos o contínuo desenvolvimento de pesquisas básicas e aplicadas em sistemas de produção agroecológica e restauração ecológica, nas dependências do Pólo Regional e nas unidades de produção distribuídas nos diversos municípios situados em diferentes compartimentos da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, que reúnem considerável contingente de agricultores familiares que atuam desde o ano de 2007 inicialmente testando genótipos de mandioca de mesa em parceria da APTA e a partir do ano de 2012 organizados entorno da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba para o desenvolvimento tecnológico de sistemas agroflorestais.  

    Para acelerar a geração e adaptação de tecnologias agroecológicas de maneira participativa como mecanismo de inclusão social e que possibilitem retroalimentar o projeto propomos valorizar e incorporar as experiências dos agricultores como saber científico para a construção de uma plataforma mais inclusiva de saberes agroecológicos.

Métodos

  • Dentre os métodos adotados na geração participativa do conhecimento e na extensão full duplex dos saberes acumulados neste projeto, destacamos a experimentação participativa que abrange uma sequência de atividades a ocorrer de maneira simultânea, alternada ou isolada, abrangendo áreas singulares ou complexas do conhecimento, tais como o estudo da paisagem, a implantação e manejo de sistemas de produção agroecológica, o levantamento e a coleta de dados nas diversas vitrines agroecológicas instaladas na APTA e áreas rurais, bem como a avaliação rápida e prática de indicadores de sustentabilidade para o dimensionamento do impacto ambiental dos sistemas de produção possibilitando melhorar o planejamento das intervenções nos sistemas de produção e no meio ambiente. 

    A promoção do intercâmbio de conhecimentos entre todos os participantes dessas atividades dar-se-á de maneira direta, prioritariamente em mutirões, com destaque para atuação de facilitadores especialistas nas diversas áreas do conhecimento. Sempre que possível os resultados técnicos serão sistematizados com o apoio de relatores e veiculados no site da APTA (Pesquisa & Tecnologia) e no blog da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba, promovendo dessa forma a socialização das informações. Os trabalhos de maior envergadura técnica e científica serão direcionados para publicação em periódicos indexados.

Áreas de atuação

  • Sistemas de produção agroecológica: as pesquisas visam o contínuo aperfeiçoamento de sistemas agroflorestais simplificados (agricultura sintrópica) e biodiversos (regenerativos), de sistemas de plantio direto e cultivo mínimo de culturas diversas, prioritariamente em alley cropping, de inclusão e avaliação do componente herbáceo, arbustivo e arbóreo na pecuária sustentável. Merece destaque as investidas de dimensionamento da densidade e diversidade de espécies nesses sistemas, a introdução natural ou planejada para o enriquecimento bem como a poda e o desbaste supressivo de indivíduos e os efeitos que decorrem no ambiente (reciclagem de nutrientes, aporte de fitomassa, aumento da insolação e vegetação espontânea e outros). Nestes sistemas serão avaliados os componentes produtivos e propriedades organolépticas em culturas de interesse econômico, tais como mandioca, batata doce, banana e diversidade de PANC; o aporte de fitomassa e a reciclagem de nutrientes nas culturas de cobertura e adubação verde; a modelagem de carbono de cada componente do sistema por métodos diretos e indiretos; os efeitos dos sistemas no ambiente estimados com base no componente edáfico (taxa de cobertura, temperatura, umidade, densidade/resistência do solo) e fitossociológico (índices de diversidade).
  • Indicadores de sustentabilidade: serão analisados como ferramenta de apoio à tomada de decisão previamente ao manejo dos sistemas de produção agroecológica. Podem abranger as dimensões solo, água, planta, radiação luminosa e ar. Dentre os quesitos quanti-qualitativos passíveis de monitoramento por método rápido e prático, se destacam: a taxa de cobertura do solo pela vegetação ou serapilheira; a quantidade de serapilheira em uma área determinada; a temperatura do solo medida com termômetro; a densidade do solo estimada através da resistência à inserção de haste metálica; a qualidade e diversidade da vegetação espontânea em uma determinada área; a quantidade de organismos da macrofauna presente sem uma amostra padrão de solo; o teor de matéria orgânica verificado pela destruição das estruturas carboxílicas de uma amostra de solo em reação com um determinado volume de água oxigenada sendo o valor da reatividade a intensidade e a duração da efervescência; qualidade da cultura âncora do sistema em termos de sanidade e vigor, dentre outros aspectos avaliados em caminhamento ao acaso e repetido até que se chegue em um equilíbrio entre a média dos valores coletados e o que de fato ocorre nas áreas experimentais e naturais geralmente tomadas como referência de equilíbrio dinâmico. Para cada quesito serão atribuídas notas em escala de 1 (um) como valor mínimo indesejável a 5 (cinco) valor máximo satisfatório. Os dados serão plotados em gráfico radial fornecendo uma imagem padronizada para o grupo avaliador que pode definir quais são os principais gargalos dos sistemas e compará-los entre si e com áreas naturais, além de subsidiar a decisão para o manejo corretivo. O levantamento dos dados será realizado de preferência com a participação de agrupamento de pessoas e um moderador que promoverá o diálogo para facilitar o entendimento dos procedimentos e a conclusão sobre cada indicador.
  • Estudos específicos como a caracterização fitossociológica, análises físicas e químicas de solo e tecidos vegetais bem como estudos fitoquímicos poderão ser realizados de maneira a complementar para fornecer indicadores mais confiáveis acerca do sistema e da resposta das culturas.
  • Teste de bioprodutos e novas fontes de nutrientes: são elaborados desde o ano de 2010 no Setor de Fitotecnia do Pólo Regional caldas protetivas de plantas e biofertilizantes enriquecidos com nutrientes. Os efeitos desses produtos poderão ser avaliados nas culturas a campo em termos nutricionais e fitoprotetor após bioensaios em casa de vegetação para prevenir fitotoxidez. As pesquisas sobre iscas e agentes de biocontrole serão realizadas com o devido cuidado utilizando-se equipamentos de proteção individual. Poderão ser testados os efeitos no campo de cultivo experimental a fim de comparar a eficácia no controle de fitomoléstias e para seleção de estirpes com maior virulência por agentes de pesquisa parceiros deste projeto.

Produtos gerados

  • Como ganhos diretos deste projeto para o avanço tecnológico em agroecologia destacamos a determinação do comportamento de cultivares da SAA em sistemas agroecológicos.
  • Resgate e a conservação da agrobiodiversidade in situ com a inserção em sistemas experimentais na APTA e posterior fornecimento de materiais promissores para avaliação comparativa em Bancos Ativos de Germoplasma (BAG), possibilitando o contínuo melhoramento genético.
  • Adaptações contínuas nos sistemas de produção com base na avaliação de indicadores de sustentabilidade.
  Sobre

O SGP (Sistema de Gestão de Pesquisa) foi implementado em todas as unidades APTA, para centralizar o controle de todos os projetos desenvolvidos sob sua supervisão. [Ler mais]

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