No Brasil, a história da produção da borracha vegetal mostra que o país desfrutou da condição de principal produtor e exportador mundial até a metade do século passado, tornando-se importador desta matéria-prima a partir de 1951. Ressalta-se também que, em 2007, a produção brasileira, segundo o IRSG (2008a), foi estimada em 108 mil toneladas para um consumo de 327,2 mil toneladas (IRSG, 2008b), do qual cerca de menos de 5% da borracha produzida no país foi proveniente de seringais nativos.
Para um país que possui em relação aos demais produtores, área incomparavelmente maior para o plantio de seringueira, o déficit de produção significa, no mínimo, descaso com um produto estratégico e de tão relevante valor econômico-social. Particularizando as áreas de escape, só o Estado de São Paulo possui 14 milhões de hectares aptos à heveicultura e, desse total, cerca de 45 mil hectares estavam ocupados com seringueiras em 2006 (Sampaio Filho, et al., 2006), o que confere ao Estado a condição de primeiro produtor de borracha natural do Brasil, com uma produção estimada, em 2004, de 48 mil toneladas, o que representa 53% da produção nacional (IBGE 2005). Porém, a implantação da cultura da seringueira exige um alto investimento, sendo que seu retorno começa a ocorrer 6 a 7 anos após a implantação da cultura, quando, no processo convencional, o seringal entra em processo de exploração comercial (sangria). Dessa forma, o presente projeto tem por objetivo a utilização de novas técnicas e novos clones de seringueira que usados conjuntamente garantam uma redução do período de maturidade da cultura, o que resultaria em retorno antecipado do investimento e da produção, maior homogeneidade de produção, indicação de novos materiais e inovações tecnológicas para cultura.