01/02/2021 até 28/02/2023
IZ, Centro de Zootecnia Diversificada
sustentabilidade ambiental
Sistemas de produção
Estudos e investimentos na suinocultura, principalmente nas áreas de genética, nutrição e manejo, resultaram na melhoria da produtividade, no peso ao abate e nas características da carcaça e da carne, colocando o Brasil em quarto lugar no ranking de produção e exportação mundial de carne suína. Alguns elementos como sanidade, nutrição, melhoramento genético, bom manejo da granja, produção integrada e, principalmente, aprimoramento gerencial dos produtores, contribuíram para aumentar a oferta interna e colocar o País em destaque no cenário mundial (MAPA, 2015; ABCS, 2014; ABPA, 2018).
O sistema de produção atual concentra grande quantidade de animais em pequenas propriedades e áreas, muitas vezes em terrenos acidentados, e limita a utilização agrícola desses dejetos por falta de área. A criação intensiva trabalha com animais geneticamente melhorados para alta capacidade de deposição muscular, por isso busca trabalhar com formulações balanceadas, que proporcionem o melhor aproveitamento possível dos nutrientes. Portanto, junto com o crescimento do setor cresce a preocupação com o meio ambiente, devido ao potencial poluidor dos dejetos gerados pela suinocultura que podem provocar degradação do ar, recursos hídricos e do solo e, o lançamento de dejetos na natureza sem tratamento prévio pode causar desequilíbrio ambiental, com a possibilidade de contaminação de águas subterrâneas pelos efluentes oriundo da criação de suínos (GIRÔTTO JUNIOR, 2013; SERAFIM;GUIMARÃES FILHO, 2012; ANAMI et al., 2008; MIYAZAWA et al., 2009; KUNZ; HIGARASHI; OLIVEIRA, 2005; PERDOMO, 2001).
Os nutrientes que possuem maior capacidade poluente, em função das altas concentrações nos efluentes da suinocultura e que tem correlação direta com a quantidade fornecida na da dieta dos suínos em crescimento e terminação são o fósforo (P), o nitrogênio (N), o zinco (Zn) e o cobre (Cu). De acordo com NRC (1988), aproximadamente 45 a 60% do nitrogênio, 50 a 80% do fósforo e do cálcio e, 70 a 95% do cobre e zinco consumidos são excretados pelos suínos.
As grandes quantidades destes nutrientes no ambiente provocam danos severos. O processo de escoamento superficial auxilia no carreamento do fósforo, para os corpos hídricos, onde ocasionam o crescimento excessivo das algas, processo chamado de eutrofização, que pode ser definido como um aumento da quantidade de nutrientes num ecossistema aquático, resultando no decréscimo na qualidade da água fresca (TUNDISI, 2003; MERTEN; MINELLA, 2002; VALENTE; PADILHA; SILVA, 1997). A decomposição dessas algas diminui a quantidade de oxigênio dissolvido na água, havendo também a liberação de toxinas produzidas por algumas espécies de algas e aumentando a concentração de matéria orgânica (morte das algas e plantas aquáticas) criando, assim, um meio inadequado para os peixes e outros animais aquáticos e inviabilizando o uso da água para abastecimento doméstico (NOVAIS et., 2007; TUNDISI, 2003; CROMWELL et al., 1993; CORREL, 1998).
Serão avaliados 48 suínos (24 machos e 24 fêmeas) dos 60 aos 110 Kg de peso vivo em 03 tratamentos. Será adotado o delineamento experimental em blocos ao acaso, de acordo com peso e sexo dos animais, em arranjo fatorial 3×2, composto de farelo de soja submetido a duas irradiações gama (15;30 kGy) nas dietas e o tratamento controle (farelo de soja sem irradiação). A unidade experimental será o suíno, com oito repetições por tratamento. Serão fornecidas as dietas: T1: Dieta Controle (sem irradiação); T2: Dieta com Farelo de soja submetido a 15 kGy de irradiação gama; T3:Dieta com Farelo de soja submetido a 30 kGy de irradiação gama. O consumo de ração diário (CRD) e o ganho diário de peso (GDP) serão calculados pelas diferenças entre a quantidade de ração oferecida e não consumida (sobras nos comedouros e ração desperdiçada) e entre o peso final e inicial dos animais. Com os resultados de ganho de peso e consumo de ração será calculada a conversão alimentar dos animais. No frigorífico, os animais serão insensibilizados por eletronarcose, abatidos por sangria, escaldados, depilados, eviscerados, as carcaças serão divididas ao meio longitudinalmente e colocados em câmara fria. As meias carcaças serão pesadas imediatamente após abate, para obtenção do peso da carcaça quente. Relacionando-se os pesos vivos dos animais antes do abate e os pesos das carcaças será calculado o rendimento de carcaça. O pH do músculo longissimus dorsi será mensurado na carcaça quente, 45 minutos após o abate e na carcaça resfriada, mantida na câmara fria (1 a 2 °C) por 24 horas, utilizando um medidor de pH portátil digital. Após o resfriamento serão mensurados o peso e o comprimento de carcaça, as espessuras de toicinho média e no ponto P2, a profundidade de lombo, as áreas de olho de lombo e de gordura. O comprimento de carcaça será medido do bordo cranial da sínfise pubiana até o bordo crânio ventral do atlas, com auxílio de fita métrica. As medidas de espessura de toicinho para o cálculo da espessura de toicinho média serão realizadas perpendicularmente à linha dorso-lombar, com auxílio de um paquímetro, em três pontos: na altura da primeira costela, na altura da última costela e na altura da última vértebra lombar, na região de inserção da última vértebra torácica com a primeira lombar. Para as determinações de espessura de toicinho no ponto P2, profundidade de lombo, e áreas de olho de lombo e de gordura será efetuado corte na altura da última costela, região de inserção da última vértebra torácica com a primeira lombar, de modo a expor o músculo longissimus dorsi. Para a caracterização bromatológicas dos dejetos será usado o delineamento será um fatorial 3 x 2 (três dietas x 2 sexos), com 3 tratamentos e 03 repetições para caracterização dos dejetos, sendo que semanalmente serão coletadas amostras de ração, dejetos bruto, líquido e sólido, congeladas e armazenadas para posterior análise. Serão determinadas as quantidades de proteína bruta (PB), fósforo (P), zinco (Zn) e cobre (Cu) nas dietas e nos dejetos bruto, sólido e líquido e será obtido o custo por kg de ganho de peso, em reais por quilograma (R$/kg) que será calculado dividindo-se o custo total (R$) com alimentação por animal, pelo ganho de peso total (kg) de cada animal durante o período de fornecimento da dieta
SIMONE RAYMUNDO DE OLIVEIRA | Coordena este projeto |
O SGP (Sistema de Gestão de Pesquisa) foi implementado em todas as unidades APTA, para centralizar o controle de todos os projetos desenvolvidos sob sua supervisão. [Ler mais]
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