Projetos APTA no Instituto Biológico

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DETERMINAÇÃO DE RISCO DE TRASMISSÃO ALIMENTAR DE TOXOPLASMA GONDII EM CORTES DE CARNE COMERCIAIS NA CIDADE DE SÃO PAULO

n° SGP 2479

Toxoplasma gondii é um parasita zoonótico de impacto global capaz de infectar todos os animais homeotérmicos. A infecção ocorre através de ingestão de alimentos ou água contaminados, carne infectada mal cozida e verticalmente, durante a gestação, em uma fêmea infectada. Considerando as diferentes formas de transmissão do parasita aos seres humanos, a mais importante é através dos alimentos, sugerindo-se que possa ser atribuída a 30-63% dos casos de toxoplasmose. No Brasil, a exposição dos rebanhos de importância agropecuária ao T. gondii é extensa (59-100%), ainda assim há notável escassez de dados sobre o risco relativo de infecção através de carnes disponíveis no varejo. Essa é uma lacuna de conhecimento significante, considerando-se que o consumo de carne no Brasil está entre os maiores do mundo e existem variantes atípicas potencialmente virulentas circulando nessa região do mundo. Estudos epidemiológicos conduzidos no Brasil tendem a coletar amostras nos abatedouros. Até o momento, não foi realizado um levantamento compreensivo da prevalência e diversidade genética de T. gondii em carnes obtidas no comércio varejista no Brasil. Considerando a alta prevalência de T. gondii em animais de produção no Brasil, a presença de cepas mais virulentas e a ocorrência de reinfecção por diferentes genótipos, é importante determinar o risco do consumo de carne infectada para a saúde pública

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  Daniela Pontes Chiebao      IB

Resistência de ácaros fitófagos e predadores a pesticidas e estratégias de manejo de artrópodes-praga com uso de ácaros predadores em diversas culturas

n° SGP 2425

Um dos fatores que dificultam a produção e a comercialização de diversas culturas agrícolas de importância econômica no Brasil é o ataque de diversas espécies de ácaros-praga. Algumas espécies de ácaros das famílias Tetranychidae e Tenuipalpidae têm causado enormes prejuízos à agricultura em muitos países, incluindo o Brasil. O ácaro-rajado, Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae), causa sérios prejuízos em diversas culturas, incluindo algodão, feijão, mamão, morango, pêssego, uva, tomate, crisântemo, gérbera e rosa. Os ácaros Brevipalpus spp. (Acari: Tenuipalpidae) são considerados pragas-chave de culturas como citros, café, diversas fruteiras e ornamentais, e estão associados à transmissão de várias viroses, incluindo o vírus da leprose dos citros (Citrus leprosis virus - CiLV) e o da mancha anular do cafeeiro (Coffee ringspot virus - CoRSV). Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae) é outra espécie de ácaro-praga que tem causado sérios prejuízos principalmente aos cultivos de coco e banana, no Brasil. No caso de coqueiro, em infestações severas, pode causar a morte de plantas jovens, assim como, a queda de flores e frutos. Os ácaros predadores da família Phytoseiidae são considerados os principais inimigos naturais de ácaros-praga de importância agrícola. Um dos sérios problemas enfrentados pelos agricultores tem sido a dificuldade para o controle dos ácaros-praga através do uso de agroquímicos. O desequilíbrio biológico causado pela eliminação de inimigos naturais e o rápido desenvolvimento de resistência de ácaros-praga aos acaricidas estão entre as principais razões para essa dificuldade de controle. O objetivo geral do projeto é obter subsídios para o estabelecimento de programas de manejo de ácaros-praga (Tenuipalpidae, Tetranychidae) em diversas culturas, com ênfase em cultivos de citros, café, banana, coco e plantas ornamentais (ex.: rosas, gérbera). Os objetivos específicos são: 1) estudar a resistência de T. urticae a acaricidas, em populações procedentes de várias culturas e diferentes regiões brasileiras, incluindo estudos de caracterização bioquímica e molecular da resistência; 2) estudar a resistência de ácaros predadores (ex.: Phytoseiulus macropilis e Euseius spp.), a acaricidas/inseticidas, incluindo estudos de caracterização bioquímica e molecular da resistência (com análise de transcriptoma em linhagens S e R para P. macropilis); 3) Avaliar a influência da aplicação de produtos fitossanitários sintéticos (inseticidas, acaricidas, fungicidas) e de origem biológica [extratos de plantas, entomopatógenos (fungos, bactérias)], sobre o desempenho de ácaros predadores (Phytoseiidae) no controle de ácaros Brevipalpus e redução na incidência da leprose em plantas (mudas) de citros; 4) avaliar estratégias de manejo de artrópodes-praga (ex.: Brevipalpus spp., Oligonychus ilicis, R. indica, T. urticae; Bemisia tabaci, Frankiniella occidentalis) nas culturas de citros, café, banana, coco, plantas ornamentais (rosa, gérbera, crisântemo) com ênfase no uso de ácaros predadores (Phytoseiidae, Laelapidae) para o controle biológico de ácaros-praga, e resistência de plantas (cafeeiro e bananeira) a ácaros pragas.

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  Mário Eidi Sato      IB

Avaliação e identificação de compostos da bactéria Xenorhabdus szentirmaii visando o manejo de Sclerotinia sclerotiorum de soja

n° SGP 2384

No controle do fungo S. sclerotiorum, o controle biológico se apresenta como um método alternativo aos químicos com total segurança ao meio ambiente.  As bactérias Xenorhabdus e Photorhabdus têm uma relação mutualista com nematoides entomopatogênicos dos gêneros Steinernema e Heterorhabditis, respectivamente, caracterizando-se pela produção de compostos antimicrobianos que servem como fonte potencial de novos controladores biológicos de doenças em plantas. Estudos anteriores demonstraram o potencial da bactéria X. szentirmaii e de seus metabólitos como inibidores de crescimento de fungos fitopatogênicos. Assim, o presente projeto tem como objetivo avaliar e identificar os metabólitos secundários de X. szentirmaii PAM25 visando a desenvolver um produto biológico para o manejo de S. sclerotiorum de soja.

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  César Júnior Bueno      IB

Micoteca "Dra. Victoria Rossetti"

n° SGP 2352

A Micoteca “Dra. Victoria Rossetti”, do Laboratório Regional de Sorocaba (LRS), do Instituto Biológico (IB), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA/SAA), foi criada em 1987, com o objetivo inicial de manter coleções de culturas puras de patógenos do gênero Phytophthora obtidos de plantas cítricas e outros hospedeiros, principalmente plantas frutíferas. No início, a coleção continha somente isolados de Phytophthora nicotianae (sin. P.parasitica) e P. citrophthora obtidos de plantas cítricas e agentes causais da doença gomose de Phytophthora dos citros. Depois, foram também incluídos na micoteca isolados de Phytophthora spp. que tinham sido obtidos anteriormente, e que tinham sido utilizados em pesquisas realizadas pelo Instituto Biológico durante os anos de 1980 e 1990, nas áreas de etiologia, epidemiologia, ecologia e controle desta doença. A micoteca foi depois ampliada com a inclusão de isolados de Phytophthora spp. obtidos de outros hospedeiros e também com a inclusão de isolados de fungos agentes causais de importantes doenças dos citros, como pinta preta ou mancha preta (Phyllosticta citricarpa), mancha marrom de Alternaria (Alternaria alternata), podridão floral (Colletotrichum abscissum) e verrugoses (Elsinoë australis e Elsinoë fawcettii). A micoteca conta hoje com mais de 2.000 culturas puras de fungos e oomicetos (Phytophthora spp.), dos quais mais de mil foram obtidos de plantas cítricas infectadas por espécies de Phytophthora, principalmente P.nicotianae e P.citrophthora.

O presente projeto de pesquisa tem por objetivo ampliar as coleções de culturas puras de fungos e oomicetos da micoteca, com a inclusão de novas culturas desses patógenos, principalmente patógenos de citros agentes causais de importantes doenças da cultura. O projeto objetiva também armazenar as coleções da micoteca em condições ambientais adequadas, para preservar a viabilidade, a patogenicidade, e demais características morfológicas, fisiológicas e genéticas dos espécimes armazenados .

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  Eduardo Feichtenberger      IB

Avaliação da qualidade microbiológica e de pescados frescos e congelados comercializados em supermercados e pesqueiros (pesque-pague) na Região do Grande ABC ? SP

n° SGP 2344

O pescado, denominação que compreende peixes, crustáceos e moluscos de água doce ou salgada, usados na alimentação humana, tem apresentado aumento de demanda no Brasil e no mundo, por ser uma proteína de alto valor biológico e elevado teor de minerais, vitaminas e ácidos graxos essenciais; contudo, agentes microbiológicos, parasitários ou tóxicos decorrentes de contaminantes ambientais ou falhas de manipulação podem impactar na qualidade e inocuidade do produto e representar risco à saúde do consumidor. O projeto objetiva avaliar a qualidade do pescado Tilapia (Oreochromis spp.) oriundo de supermercados e pesqueiros da região do Grande ABC – SP. Serão empregadas técnicas de isolamento bacteriano e identificação por PCR para pesquisa de Salmonella spp., Aeromonas spp.,  Plesiomonas spp. e Listeria monocytogenes; contagem e determinação do número mais provável de coliformes fecais e totais por grama (NMP/g) e de Staphylococcus coagulase positiva; parasitológicos na detecção de nematódeos Ordem Ascaridida e Trypanorhyncha, parasitos Giardia lambia, Entamoeba coli, Entamoeba histolytica, Cryptosporidium spp., e helmintos Schistossoma mansoni, Enterobius vermicularis, Ascaris lumbricóides, Taenia spp., Strongyloides stercoralis, e técnicas toxicológicas para detecção de metais pesados: Arsênio (As), Chumbo (Pb), Cádmio (Cd) e Mercúrio (Hg) na musculatura, gelo e água de manutenção do pescado. A avaliação do risco existente no consumo destes produtos, possibilita um adequado controle sanitário por meio de medidas preventivas e corretivas nos processos de criação, produção, inspeção e manipulação destes produtos.

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  Alessandra Figueiredo de Castro Nassar      IB

Investigação de agentes bacterianos (Mycobacterium spp. e Francisellaspp.) causadores de doenças granulomatosas em pisciculturas comerciais de água doce e marinha no sudeste do Brasil

n° SGP 2343

Estima-se que o Brasil deve registrar um crescimento de 104% na produção da pesca e aquicultura em 2025. O aumento na produção brasileira será o maior registrado na região, seguido do México (54,2%) e Argentina (53,9%) durante a próxima década. Em âmbito global, a produção deve crescer até alcançar 195,9 milhões de toneladas em 2025. Estudos apontam que esta commoditie é uma das com maior risco associado ao seu consumo considerando a diversidade de patógenos relacionados (bactérias, vírus, parasitos, químicos e toxinas), sendo muitas dessas zoonoses. Na aquicultura, as bactérias têm provocado grandes perdas na produção por morte dos animais infectados. Os principais agentes de doenças emergentes são: Mycobacterium marinum, M. fortuitum e M. chelonae, denominada micobacterioses ou tuberculose dos peixes, silvestres ou cativos. A severidade da infecção varia desde crônica, sem grandes alterações teciduais em que poucos peixes morrem às infecções severas e agudas com alta mortalidade. Já aFrancisella spp., também um patógeno bacteriano emergente, causa doença aguda e/ou crônica em peixes, cultivados e selvagens, de clima quente e frio, e está associada a massivas mortalidades em cultivos comerciais. O objetivo deste trabalho é desenvolver técnicas histologia para identificação dos granulomas, imunohistoquímica, hibridização in situ, contrastação negativa, imuno-adsorção e imunomarcação com ouro coloidal, cultivo microbiológico, PCR e tipagem molecular para identificar os agentes em amostras teciduais de pisciculturas comerciais. E assim, conhecer a extensão da presença da doença na Aquicultura Brasileira e sua distribuição e, dessa forma estabelecer métodos de diagnóstico dessas enfermidades.

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  Alessandra Figueiredo de Castro Nassar      IB

Diversidade e Flutuação Populacional de Inimigos Naturais (Insecta) e Pulgões (Hemiptera: Aphididae) em Plantas Daninhas Adjacentes a Culturas Agrícolas

n° SGP 2341

~Plantas daninhas podem favorecer a ocorrência de insetos benéficos, principalmente predadores e parasitoides, ao proporcionarem refúgio, pólen e néctar, ou espécies de presas alternativas. Consequentemente, ocorre incremento da diversidade desses organismos benéficos, como os Coccinellidae, Chrysopidae, Syrphidae e parasitoides (Hymenoptera). O sucesso de táticas de controle biológico conservativo depende do entendimento da interação ecológica entre plantas daninhas e inimigos naturais. A presente pesquisa objetiva determinar a diversidade e flutuação populacional de agentes entomófagos (predadores e parasitoides) e pulgões em plantas daninhas e verificar a influência de fatores meteorológicos sobre as populações das espécies dominantes. A amostragem será realizada quinzenalmente durante o período de dois anos. Será registrada a ocorrência de pulgões, predadores e parasitoides presentes em plantas daninhas próximas a culturas agrícolas anuais e perenes. Para determinar a incidência de parasitismo, pulgões sadios e parasitados serão amostrados. Ovos, larvas, pupas e adultos dos inimigos naturais e pulgões serão amostrados por meio de procura visual na parte aérea de plantas daninhas localizadas próximas a culturas agrícolas anuais e perenes. As fases imaturas de inimigos naturais coletados em campo serão mantidas em laboratório e as larvas alimentadas com ovos de Anagasta kuehniella (Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae) e/ou pulgão Schizaphis graminum. Os adultos dos agentes entomófagos, pulgões e plantas daninhas serão identificados até a categoria de espécie. Será determinada a diversidade e flutuação populacional de espécies de inimigos naturais e de pulgões em relação às plantas daninhas e condições meteorológicas. Um manual técnico será elaborado constando a identificação, descrição e fotografias das espécies de inimigos naturais, de pulgões e de plantas daninhas hospedeiras.

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  Terezinha Monteiro dos Santos Cividanes      IB

Diagnóstico de mastite subclínica bovina: comparação antimicrobiana (fenotípica e genotípica) e avaliação de seus resíduos por métodos moleculares em propriedades de diferentes tecnificações do estado de São Paulo.

n° SGP 2340

O baixo índice de produção leiteira do rebanho bovino nacional reflete limitações de ordem genética, de manejo, nutrição, e sanidade sendo que, referente a este último aspecto, a mastite é a doença que causa os maiores prejuízos à pecuária leiteira. Esta afecção da glândula mamária determina perdas econômicas decorrentes da redução na produção de leite (até 70%), gastos com medicamentos e assistência veterinária (8%), descarte do leite contaminado após tratamento (8%) e descarte de animais (14%). Medidas de controle baseadas na higiene da ordenha bem como a utilização de substâncias antimicrobianas têm reduzido a ocorrência de mastite, mas ainda é necessário o aprimoramento destes métodos para a obtenção de resultados mais efetivos .Vários microrganismos como bactérias, fungos, algas e vírus, podem determinar as infecções intramamárias em bovinos leiteiros, isoladamente ou em associações.Entre as medidas recomendadas para o controle das mastites produzidas pela maioria dos organismos incluem-se as medidas higiênicas e antibioticoterapia em casos agudos, subagudos, recorrentes e em programas de controle de mastite. No tratamento e controle desta afecção, uma ampla variedade de medicamentos tem sido empregada, muitas vezes de forma indiscriminada e inadequada, às vezes impedindo a resolução do problema ou mesmo conduzindo ao agravamento do quadro. Além disso, uma grave consequência que surge com este tipo de conduta é a ocorrência de resistência microbiana .Dessa forma o projeto atual visa verificar a presença dos principais microrganismos isolados dos casos de mastite bovina como, Staphylococcus spp.; Streptococcus spp.; Bacillus spp.; Escherichia coli; bem como  a eficácia da ação de antimicrobianos no tratamentos de mastite; os genes de resistência aos fármacos mais comumente utilizados no tratamento das mastites e a presença de resíduos de antimicrobianosnos tanques de armazenamentos das propriedades leiteiras com as diferenças estabelecidas pela variedade de uso de tecnificação em propriedades de duas regiões leiteiras do estado de São Paulo.

 

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  Vanessa Castro      IB

Resistência de genótipos de citros à gomose de Phytophthora

n° SGP 2336

Avaliar a resistência de diferentes genótipos de Citrus spp. utilizados como porta-enxerto às infecções por espécies de Phytophthora (Phytophthora nicotianae e Phytophthora citrophthora), agentes causais no país da doença Gomose de Phytophthora dos Citros.  Em condições de casa de vegetação serão avaliados genótipos com potencial ananicante, semi-ananicante e vigoroso. Em condições de campo serão avaliados porta-enxertos autotetraploides com potencial ananicante e também a tangerina'Sunki Tropical'.

Avaliar porta-enxertos híbridos de citros à infecções por P. nicotianae e P. citrophthora, em condições controladas de casa de vegetação, em Bebedouro, utilizando-se como referência genótipos resistentes [Poncirus trifoliata (L.)Raf. e citrumelo 'Swingle' (Citrus paradisi Macfad cv. Duncan x P. trifoliata)], moderadamente suscetíveis (C. limonia Osb.), e suscetíveis [C. limon (L.) Burm.f.]. Dentre os genótipos que serão avaliados estão seleções de citrandarins (híbridos de microtangerinas com P. trifoliata) que apresentaram melhor performance em estudos anteriores conduzidos pela EMBRAPA Mandioca e Fruticultura e pelo Centro de Citricultura "Sylvio Moreira", do Instituto Agronômico.

Avaliar a resistência ou tolerância à gomose de Phytophthora, dos porta-enxertos de citrumelo 'Swingle' (Citrus paradisi cv. Duncan x P. trifoliata) e tangerina 'Sunki' (C. sunki hort. ex Tanaka), e seus respectivos autotetraploides, com copas de laranja 'Natal' [C.sinensis (L.) Osb.], em condições de campo, em Itapetininga, SP.

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  Eduardo Feichtenberger      IB

CONTROLE BIOLÓGICO COMO ÁREA ESTRATÉGICA PARA AGRICULTURA PAULISTA

n° SGP 2322

A quantidade de agentes de controle biológicos disponíveis no mercado ainda é insuficiente, levando à necessidade de estudos de prospecção de novos produtos, processos e aplicação em nível de campo, desses organismos importantes para o equilíbrio da agropecuária. Vale ressaltar que o Brasil é o maior consumidor de defensivos químicos, impondo-se a necessidade de desenvolver produtos com vistas a alcançar a independência de moléculas químicas importadas, e gerando empregos e outros benefícios para a sustentabilidade do agronegócio. O Instituto Biológico desenvolve pesquisas na área de controle biológico de pragas e doenças da agropecuária, com pesquisadores e laboratórios capacitados para a pesquisa, desenvolvimento e inovação em agentes de controle biológico, tais como fungos, vírus, bactérias, nematoides, parasitoides e predadores das mais diferentes áreas, lançando em 2017 o PROBIO – Programa de Inovação e Transferência de Tecnologia em Controle Biológico, atingindo mais de 60 empresas em todo o Brasil. Apesar de todo esse esforço, ainda são necessárias ações em pesquisa, desenvolvimento e inovação para conhecimento de novos agentes de controle biológico, a produção dos mesmos e eficiência em campo, gerando conhecimento para a formação de empresas no ramo de insumos de controle biológico, através da geração de inovação e transferência desse tipo de tecnologia. irá desenvolver metodologias de produção, processamento e aplicação de agentes biológicos para o controle de insetos, ácaros, fitonematoides e doenças na agropecuária, estimulando novos pesquisadores através de bolsas de pós-graduação e pós-doutorado em conjunto com o programa de Pós-Graduação do Instituto Biológico e a geração de novas empresas através de uma parceria público-privada para a transferência de tecnologia e inovação em controle biológico, fortalecendo o PROBIO e gerando empresas e empregos, bem como divisas e novas oportunidades de negócios pelo Núcleo de Inovação Tecnológica do Instituto Biológico, para que seja possível a entrada de recursos através de parcerias com as empresas, royalties de novos produtos e processos, colaborando para uma agricultura mais saudável. 

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  José Eduardo Marcondes de Almeida      IB

Inquérito sorológico de enfermidades virais de barreira sanitária para a suinocultura

n° SGP 2311

Na suinocultura, as viroses são um fator comum e sempre devem ser prevenidas e monitoradas por comprometerem a viabilidade da produção ao acarretarem mortalidade, redução no ganho de peso e despesas associadas com a morbidade das enfermidades, incluindo a interdição e abates sanitários. Os programas de controle de enfermidades oficiais englobam, entre outras, a peste suína clássica, a parvovirose, a gastrenterite transmissível e pneumonia enzoótica. Com este trabalho, pretende-se realizar um monitoramento ativo para possível detecção de anticorpos específicos contra os agentes etiológicos dessas enfermidades em amostras de soro de suínos enviados ao Instituto Biológico para diagnósticos diversos, verificando a manutenção do estado sanitário atual da suinocultura brasileira em relação a esses patógenos, utilizando-se o teste sorológico ELISA. Esses resultados serão analisados através de testes estatísticos para associação com variáveis existentes nas granjas, para fornecer subsídeos técnicos-científicos para elaboração de séries históricas e propostas que visem o melhoramento dos programas sanitários.

Objetivos específicos: Detecção de anticorpos anti-SCFV, anti-Parvovirus, anti-TGEV e anti-PRRSV em amostras oriundas de vigilância oficial do Ministério da Agriclutura e Pecuária e Abastecimento; Tabulação de dados de granjas brasileiras para análise de significância estatística; Visitas a campo para isolamento de patógenos se identificados animais reagentes; Incremento de Banco de Amostras para utilização como soro controle

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  Daniela Pontes Chiebao      IB

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO Sugarcane yellow leaf virus E AO AFÍDEO VETOR Melanaphis sacchari EM CULTIVARES DE CANA-DE-AÇÚCAR E SUAS INTER-RELAÇÕE

n° SGP 2305

O amarelecimento foliar da cana-de-açúcar (Saccharum sp.), causado pelo Sugarcane yellow leaf virus (SCYLV) e transmitido principalmente pelo afídeo Melanaphis sacchari, é uma das doenças mais importantes dessa cultura. A principal forma de controle da doença é o uso de cultivares resistentes, no entanto, para adoção de estratégias de controle mais eficientes é necessário um melhor conhecimento sobre as interações do patossistema planta-vírus-vetor. O objetivo desse projeto é caracterizar cultivares de cana-de-açúcar quanto a resistência ao SCYLV e avaliar o comportamento alimentar do afídeo vetor por meio da técnica de Gráficos de Penetração Elétrica (Electrical Penetration Graphs - EPG), visando estabelecer possíveis variedade resistentes ao vírus e ao vetor. Os experimentos de campo serão conduzidos no Centro de Cana do Instituto Agronômico - IAC em Ribeirão Preto/SP. Serão avaliados 8 cultivares de cana, sendo 6 repetições com parcelas de quatro linhas de dois metros, totalizando 20 plantas por parcela, em um delineamento de blocos ao acaso. Serão avaliados a incidência e a severidade dos sintomas foliares do SCYLV nas cultivares, após inoculações controladas com o vetor, realizando a coleta de folhas em diferentes estádios fenológicos das plantas inoculadas para quantificação da concentração viral por qRT-PCR, visando estabelecer uma correlação com os dados de fenotipagem. Os mecanismos de resistência ao inseto, por antibiose, antixenose e comportamento alimentar, serão estudados visando esclarecer os mecanismos envolvidos na resistência ao vetor e suas relações com a resistência varietal ao vírus.

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  MARCOS CESAR GONCALVES      IB

Caracterização de patógenos do milho e manejo de doenças da cultura

n° SGP 2301

A cultura do milho ocupa grande parte das terras cultivadas de nosso país. Mais de 18,4 milhões de hectares (28% da área total com cultivo de grãos) tem sido plantada com milho. Esta cultura já ultrapassou, nas últimas safras, a produção anual de 100 milhões de toneladas de grãos. A proporção do milho safrinha (segunda safra ou safra de outono-inverno) em relação à safra de verão tem sido crescente, estando próxima de 75% da safra total. Embora a cultura tenha se estendido muito no Brasil Central, o Estado de São Paulo é o segundo maior produtor da região sudeste, onde também está se intensificando a cultura do milho safrinha.

Entre os principais fatores de redução de produtividade da cultura do milho, estão as doenças. A medida básica e essencial para o adequado controle destas é o uso de cultivares com maior resistência, pois o milho apresenta grande variabilidade genética.

O lançamento de novos cultivares de milho (principalmente híbridos) pelas empresas de sementes é muito dinâmico. Um híbrido permanece comercial, em geral, por 3 a 5 anos. Existem atualmente, em torno de 200 cultivares de milho disponíveis no mercado de sementes do Brasil, onde cerca de 70% são transgênicas, e de custo mais elevado, implicando em maior investimento do agricultor em relação às cultivares convencionais. Tem sido crescente a proporção das cultivares transgênicas no decorrer dos anos, desde seu surgimento em 2008/2009.

Em relação ao ambiente, pelo fato do Estado de São Paulo estar localizado no centro da região produtora de milho do país e abranger áreas de transição climática entre as regiões centro-oeste, sudeste e sul, há locais com condições muito diversas de clima e também de altitude, além da proximidade com demais estados produtores, de forma que, em São Paulo, é favorecida a ocorrência das principais doenças do país.

Ao controle de doenças pela resistência, muitas vezes tem sido necessário associar medidas complementares para compor o manejo integrado, como o uso de fungicidas, pela grande pressão de doenças dada a vasta extensão da cultura, o cultivo durante todo o ano, estabelecendo uma ponte verde entre as safras, e o número grande e crescente de doenças. Desta forma, informações sobre os danos causados pelas doenças auxiliam a determinar o limiar de dano econômico e a definir a necessidade de aplicação de fungicidas, complementando o controle dado pela resistência e/ou tolerância dos híbridos.

Estudos anteriores têm demonstrado que os híbridos que apresentam aumento significativo na produtividade com a aplicação de fungicidas, sob ocorrência de doenças foliares, não são necessariamente aqueles com maiores severidades de doenças, exceto para os valores extremos, ou seja, severidades muito altas ou muito baixas implicaram em respostas na produtividade positivas ou nulas, respectivamente. Há híbridos transgênicos suscetíveis com resposta na produtividade variando de alta a nula e também há híbridos com resistência moderada que respondem ou não em produtividade ao uso do fungicida.

Além disso, também se constatou que o patógeno de uma das principais doenças foliares demonstrou perda de sensibilidade ao grupo de fungicidas das estrobilurinas, sobretudo nas regiões onde o uso de fungicidas é mais intensivo. Trata-se do fungo Phaeosphaeria maydis, agente causal da pinta branca ou mancha branca. Em função disto, há dificuldade no controle químico desta doença em muitas regiões do país. Estabeleceu-se, portanto, uma Rede Nacional de ensaios, coordenada pelo IAPAR, para comparação da eficácia de produtos, em parceria com diversas empresas, para o controle desta e outras doenças, sendo um dos ensaios conduzido no Estado de São Paulo. Empresas individuais também têm firmado parcerias para estudos comparativos da eficácia de fungicidas e suas misturas.

A dificuldade do controle da mancha branca com fungicidas, e também do isolamento do patógeno P. maydis por alguns autores, contribuiu para que surgissem dúvidas quanto ao agente causal da doença ser um fungo. Mas estudos de caracterização do fungo realizados no Instituto Biológico têm demonstrado a etiologia fúngica desta doença e sua semelhança com o agente causal da mancha anelar da cana de açúcar, Leptosphaeria sacchari, cujos resultados necessitam ser complementados com estudos em laboratório e casa de vegetação. Além disso, o fungo P. maydis, vem sendo denominado também como Metasphaeria maydis. A forma imperfeita deste patógeno é referida como Phylosticta sp. por alguns autores e Phoma maydis por outros. Devido à recente reclassificação das espécies de Phoma, baseada em critérios moleculares, fazem-se necessários mais estudos para confirmar a nomenclatura mais adequada deste patógeno. Uma outra forma de demonstrar a etiologia fúngica da doença, e conhecer o modo como o patógeno infecta as plantas, é através de observações microscópicas da sua infecção e desenvolvimento, assim como das alterações celulares causadas pelo patógeno no tecido foliar das plantas. Este conhecimento também pode auxiliar a direcionar formas de manejo da doença.

Ainda, lesões causadas por deriva de herbicidas da família do paraquat também têm sido confundidas com os sintomas desta doença, indicando a necessidade de se comprovar a causa dos dois sintomas para a correta identificação da doença e da origem abiótica das lesões produzidas pelos herbicidas.

Isto posto, verifica-se a necessidade dos seguintes objetivos:

1. Monitorar a ocorrência de novas doenças do milho e flutuações da severidade das principais doenças nos diferentes anos e locais, além de avaliar a resistência de grande número de híbridos comerciais, em ensaios de competição de cultivares de milho safrinha, conduzidos nas diversas regiões produtoras do Estado de São Paulo.

2. Estudar anualmente a interação da resistência a doenças com o manejo de fungicidas sobre a produtividade dos híbridos recém lançados em comparação aos mais plantados pelos agricultores, nos principais ambientes de cultivo de milho safrinha no estado.

3. Obter informações técnico-científicas sobre a eficácia de controle e o impacto produtivo do uso racional de fungicidas para controlar doenças foliares do milho segunda safra, sobretudo a mancha de Phaeosphaeria maydis, além das demais doenças.

4. Efetuar a caracterização cultural, patogênica e molecular de isolados do fungo P. maydis e do fungo assemelhado da cana.

5. Realizar observações em microscopia ótica, ou eletrônica de transmissão e varredura, da infecção e desenvolvimento do patógeno P. maydis em tecido foliar de milho.

6. Induzir a formação de lesões causadas pela deriva do herbicida paraquat em casa de vegetação e realizar análise de resíduos em lesões coletadas no campo para comprovar sua causa abiótica.

Metodologia

1. Será avaliada anualmente a intensidade de doenças de ocorrência natural em cerca de 30 a 50 cultivares de milho safrinha, em ensaios regionais conduzidos sob a coordenação do IAC/APTA, com obtenção da produtividade. Cada ensaio será conduzido em 10 a 15 municípios das regiões do Vale do Paranapanema, Norte, Noroeste e Sul do Estado de São Paulo.

Será obtida a resistência das cultivares e correlacionada com a produtividade e o ambiente para estimar o dano causado pelas doenças e a necessidade de manejo complementar.

2. Em pelo menos dois locais anualmente, em ensaios instalados pelo IAC com 30 a 50 cultivares de milho safrinha, será avaliada a severidade das doenças foliares com tratamentos com e sem aplicação de um fungicida com ação efetiva no controle de doenças. Será analisada a interação das cultivares com o controle químico das doenças e o ambiente e avaliado o efeito comparativo na proteção da produtividade.

3. Serão comparados diversos fungicidas quanto à eficácia no controle de doenças e na proteção da produtividade, em um ensaio de rede com um híbrido, liderado pelo IAPAR nos diversos biomas brasileiros ou, em ensaios conduzidos pelo IAC, no Estado de São Paulo em pelo menos dois locais, podendo testar diferentes doses de produtos em um a três híbridos.

4. Serão obtidos isolados dos fungos agentes causais da mancha branca do milho e da mancha anelar da cana de diferentes localidades. Estudos de fisiologia, morfologia e esporulação in vitro e testes de patogenicidade em casa de vegetação serão realizados no IAC com isolados dos dois patógenos e também será feito o sequenciamento da região ITS dos isolados e comparado com sequências depositadas no GenBank, no Laboratório de Biologia Molecular do IB, para verificar as semelhanças entre as duas espécies e estabelecer a correta nomenclatura do patógeno do milho e, além disso, se buscará identificar as mutações responsáveis pela baixa sensibilidade do fungo P. maydis às estrobilurinas.

5. Serão efetuadas observações em microscopia ótica, ou eletrônica de transmissão e varredura, da infecção e desenvolvimento do fungo P. maydis, e das alterações morfológicas provocadas no tecido foliar de plantas de milho inoculadas com esse patógeno em casa de vegetação em comparação à infecção natural do campo nos laboratórios do Cbmeg da Unicamp.

6. Serão realizadas técnicas de pulverização com o herbicida de ingrediente ativo paraquat, de forma a se assemelhar à deriva, em comparação a uma testemunha, em plantas de milho, em casa de vegetação. Também será feita análise de resíduos do paraquat, por cromatografia líquida, em folhas de milho coletadas em lavouras nas proximidades de soja dessecada, para confirmar a presença deste herbicida em lesões assemelhadas às causadas por esta deriva e pela mancha de P. maydis, no Laboratório de Plantas Daninhas do IB.

Divulgação dos resultados

Os resultados sobre a resistência dos cultivares serão divulgados através de palestras a produtores rurais em tempo hábil para o acesso a estas informações antes da aquisição de sementes para a próxima safra. Espera-se que os resultados sejam uma referência importante para divulgação pela assistência técnica paulista, contribuindo para o emprego de cultivares mais resistentes e adaptadas aos diferentes ambientes produtores de milho do Estado de São Paulo. Serão também publicados em site na internet e revistas técnicas e científicas.

Os resultados sobre o manejo e controle químico de doenças e a etiologia de patógenos poderão ser divulgados através de trabalhos em congressos e também em palestras, site na internet, livro, capítulo de livro e artigos técnicos e científicos.

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  GISÈLE MARIA FANTIN      IB

Manejo da sarna da batata

n° SGP 2283

A batata é uma cultura de grande importância econômica, representando o terceiro principal cultivo destinado à alimentação humana, após o arroz e trigo (FAO, 2014; EMBRAPA, 2016). Devido às suas características nutricionais a batata é um dos vegetais mais importantes na dieta alimentar de vários países e é considerada a segunda maior fonte de nutrientes para a humanidade, sendo superada somente pelo ovo (ONU, 2008). Além disso, é um alimento de fácil cultivo, com alto rendimento por área quando comparada a outras culturas e com demanda crescente da sua produção (FAO, 2014).

Apesar do aumento crescente na produção, a produtividade ainda é considerada baixa devido às pragas e doenças que afetam a cultura. A batata é suscetível a diversas doenças causadas por bactérias, fungos, nematóides, vírus e viróides e a insetos.

Dentro do espectro das doenças bacterianas, a sarna da batata é uma das mais importantes economicamente e apresenta ocorrência generalizada nas regiões produtoras do Brasil. Atualmente, a incidência da sarna está aumentando consideravelmente, tornando-se um fator limitante na produção da batata no país. Os sintomas dessa doença se caracterizam por lesões que podem tomar toda a superfície do tubérculo ou necroses profundas, acarretando diminuição do seu valor comercial e até mesmo impedindo a sua comercialização (HOOKER, 1981; CORREIA, 2011; LORIA et al., 1997). Essa doença já foi relatada em todos os continentes do mundo, estando entre as quatro doenças mais importantes da batata na América do Norte (SLACK, 1991).

As tentativas de controle da sarna têm sido efetuadas de várias maneiras, como utilização de produtos químicos, irrigação do terreno após o início da tuberização, adição de matéria orgânica ao solo, tolerância de variedades, aumento da acidez do solo, rotação de culturas, controle biológico e nutrição das plantas. Dessa forma, inúmeros trabalhos visando o controle da sarna estão descritos na literatura mundial, entretanto, os resultados obtidos são muito limitados, principalmente devido às condições de cultivo da batata e a complexidade de fatores envolvidos no processo da doença tais como a densidade de inóculo no solo, espécie de patógeno envolvida, variedades de batata e condições ambientais (umidade e temperatura do solo).

            Na realidade, nenhuma das práticas mencionadas tem possibilitado o controle efetivo da doença se empregada isoladamente.

            Com a grande frequência da ocorrência da sarna no cultivo da batata no Brasil, o produtor vem procurando técnicas para controlar a doença e a grande variabilidade patogênica de diferentes espécies Streptomyces dificulta a obtenção de sucesso dos vários métodos existentes. Consequentemente, na maioria das vezes, o produtor utiliza alternativas, como o uso do controle químico (D’AGOSTINO; MORANDI, 2008). Embora existam alguns trabalhos na literatura mundial versando sobre o controle químico de Streptomyces, não há estratégia de controle da sarna da batata baseada na utilização de defensivos, uma vez que os compostos químicos utilizados atualmente têm mostrado variação no grau de eficácia, relação custo/benefício, além dos diversos fatores que influem no desenvolvimento da sarna.

            Com relação ao controle biológico da sarna, há alguns relatos por meio da utilização de agentes antagônicos (ex. Streptomyces melanosporofaciens, S. diastatochromogenes, S. albidoflavus, Bacillus sp., Pseudomonas sp.,Trichoderma sp.), entretanto não há resultados conclusivos. Importante ressaltar que os resultados até o momento indicam que métodos de controle biológico não são efetivos se aplicados isoladamente, isto é, devem ser aplicados em combinação com outras formas de manejo da cultura.

            O Laboratório de Bacteriologia (LBV) do CEIB, vem desenvolvendo diversas pesquisas na área de controle biológico visando encontrar alternativas de manejo da sarna. Nesse sentido, estão sendo testados produtos biológicos comerciais, bactérias como Bacillus subtilis da Coleção IBSBF e, mais recentemente, o fungo Trichoderma da Coleção de Fungos Fitopatogênicos do Instituto Biológico - Micoteca “Mario Barreto Figueiredo” com colaboração da Dra. Cleusa Maria Mantovanelo Lucon e Dr. Ricardo Harakava.

Esses trabalhos estão sendo desenvolvidos sob a forma de Dissertações de Mestrado e Iniciação Científica pelo Instituto Biológico, totalizando 2 Doutoras Colaboradoras e 3 alunos de Pós Graduação e 2 alunas de Graduação. Além disso, o trabalho proposto de controle da sarna com Trichoderma em andamento fará parte de uma Tese de Doutorado, caso o candidato Alex Augusto Tomaseto, ex-aluno de Mestrado do Programa IB seja aprovado no exame de seleção nível Doutorado desse mesmo Programa.

Dessa forma, entendemos que preenchemos os requisitos necessários para sermos inseridos na proposta de projeto a ser encaminhada à FAPESP que comptempla a área de Controle Biológico.A batata é uma cultura de grande importância econômica, representando o terceiro principal cultivo destinado à alimentação humana, após o arroz e trigo (FAO, 2014; EMBRAPA, 2016). Devido às suas características nutricionais a batata é um dos vegetais mais importantes na dieta alimentar de vários países e é considerada a segunda maior fonte de nutrientes para a humanidade, sendo superada somente pelo ovo (ONU, 2008). Além disso, é um alimento de fácil cultivo, com alto rendimento por área quando comparada a outras culturas e com demanda crescente da sua produção (FAO, 2014).

Apesar do aumento crescente na produção, a produtividade ainda é considerada baixa devido às pragas e doenças que afetam a cultura. A batata é suscetível a diversas doenças causadas por bactérias, fungos, nematóides, vírus e viróides e a insetos.

Dentro do espectro das doenças bacterianas, a sarna da batata é uma das mais importantes economicamente e apresenta ocorrência generalizada nas regiões produtoras do Brasil. Atualmente, a incidência da sarna está aumentando consideravelmente, tornando-se um fator limitante na produção da batata no país. Os sintomas dessa doença se caracterizam por lesões que podem tomar toda a superfície do tubérculo ou necroses profundas, acarretando diminuição do seu valor comercial e até mesmo impedindo a sua comercialização (HOOKER, 1981; CORREIA, 2011; LORIA et al., 1997). Essa doença já foi relatada em todos os continentes do mundo, estando entre as quatro doenças mais importantes da batata na América do Norte (SLACK, 1991).

As tentativas de controle da sarna têm sido efetuadas de várias maneiras, como utilização de produtos químicos, irrigação do terreno após o início da tuberização, adição de matéria orgânica ao solo, tolerância de variedades, aumento da acidez do solo, rotação de culturas, controle biológico e nutrição das plantas. Dessa forma, inúmeros trabalhos visando o controle da sarna estão descritos na literatura mundial, entretanto, os resultados obtidos são muito limitados, principalmente devido às condições de cultivo da batata e a complexidade de fatores envolvidos no processo da doença tais como a densidade de inóculo no solo, espécie de patógeno envolvida, variedades de batata e condições ambientais (umidade e temperatura do solo).

            Na realidade, nenhuma das práticas mencionadas tem possibilitado o controle efetivo da doença se empregada isoladamente.

            Com a grande frequência da ocorrência da sarna no cultivo da batata no Brasil, o produtor vem procurando técnicas para controlar a doença e a grande variabilidade patogênica de diferentes espécies Streptomyces dificulta a obtenção de sucesso dos vários métodos existentes. Consequentemente, na maioria das vezes, o produtor utiliza alternativas, como o uso do controle químico (D’AGOSTINO; MORANDI, 2008). Embora existam alguns trabalhos na literatura mundial versando sobre o controle químico de Streptomyces, não há estratégia de controle da sarna da batata baseada na utilização de defensivos, uma vez que os compostos químicos utilizados atualmente têm mostrado variação no grau de eficácia, relação custo/benefício, além dos diversos fatores que influem no desenvolvimento da sarna.

            Com relação ao controle biológico da sarna, há alguns relatos por meio da utilização de agentes antagônicos (ex. Streptomyces melanosporofaciens, S. diastatochromogenes, S. albidoflavus, Bacillus sp., Pseudomonas sp.,Trichoderma sp.), entretanto não há resultados conclusivos. Importante ressaltar que os resultados até o momento indicam que métodos de controle biológico não são efetivos se aplicados isoladamente, isto é, devem ser aplicados em combinação com outras formas de manejo da cultura.

            O Laboratório de Bacteriologia (LBV) do CEIB, vem desenvolvendo diversas pesquisas na área de controle biológico visando encontrar alternativas de manejo da sarna. Nesse sentido, estão sendo testados produtos biológicos comerciais, bactérias como Bacillus subtilis da Coleção IBSBF e, mais recentemente, o fungo Trichoderma da Coleção de Fungos Fitopatogênicos do Instituto Biológico - Micoteca “Mario Barreto Figueiredo” com colaboração da Dra. Cleusa Maria Mantovanelo Lucon e Dr. Ricardo Harakava.

Esses trabalhos estão sendo desenvolvidos sob a forma de Dissertações de Mestrado e Iniciação Científica pelo Instituto Biológico, totalizando 2 Doutoras Colaboradoras e 3 alunos de Pós Graduação e 2 alunas de Graduação. Além disso, o trabalho proposto de controle da sarna com Trichoderma em andamento fará parte de uma Tese de Doutorado, caso o candidato Alex Augusto Tomaseto, ex-aluno de Mestrado do Programa IB seja aprovado no exame de seleção nível Doutorado desse mesmo Programa.

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  Suzete Aparecida Lanza Destefano      IB

Vigilância epidemiológica dos vírus de influenza aviária, da doença de Newcastle e da laringotraqueíte infecciosa das galinhas em propriedades avícolas localizadas no estado de São Paulo

n° SGP 2253

As doenças respiratórias estão associadas na avicultura a grandes perdas econômicas em todo o mundo, sendo as enfermidades virais reconhecidas como o maior desafio da avicultura moderna, devido ao fato de apresentarem altas taxas de transmissão e, assim, importância sócio-econômica e relevância em tratados internacionais no comércio de animais e produtos (SHANKAR, 2008; ROUSSAN, HADDAD & KHAWALDEH, 2008).

IA, DN e LTI são enfermidades importantes sob o ponto de vista econômico, devido aos prejuízos ocasionados à produção avícola e às restrições comerciais que podem ser impostas aos países que apresentam estas doenças (SWAYNE, SUAREZ & SIMS, 2013).

É necessário gerar informações epidemiológicas relacionadas com as populações de aves de subsistência, especialmente nas propriedades localizadas em torno de granjas avícolas, uma vez que a capacidade de transmissão de patógenos varia de acordo com a susceptibilidade do hospedeiro, sinais clínicos, taxa de transmissão e as características de interação entre aves domésticas e silvestres (BROWN et al., 2009; WOODFORD, 2009).

O Programa Nacional de Sanidade Avícola, criado em 1994 pelo Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), foi um marco em relação ao controle de enfermidades consideradas emergenciais, trazendo uma legislação importante para toda a avicultura brasileira, com a realização do controle de enfermidades, que incluem Influenza aviária (IA), Doença de Newcastle (ND) e Laringotraqueíte infecciosa das galinhas (LTI) (BRASIL, 1994a).

A adoção de ações de vigilância sanitária associadas ao diagnóstico laboratorial rápido e preciso são primordiais para realizar o monitoramento de Influenza aviária, da doença de Newcastle e da Laringotraqueíte infecciosa das galinhas nas criações de aves comerciais e de subsistência, de modo a controlar possíveis surtos destas enfermidades no Brasil.

 

A caracterização dos genomas virais pode ser realizada pela técnica de sequenciamento de alto desempenho, também conhecido como NGS, é uma ferramenta que permite o sequenciamento de várias estirpes virais em um período curto de tempo e com custo de 15 a 20 vezes mais baixo que o método Sanger (DIMITROV et al., 2017).

Além disto, com o sequenciamento completo dos agentes circulantes é possível realizar análises filogenéticas entre todos os genes. Esta potente ferramenta pode ser utilizada para investigar a possível origem e transmissão dos vírus em um surto destas doenças notificáveis (LEE et al., 2017).

Este estudo propõe adotar a técnica de NGS, com a finalidade de realizar a diferenciação de estirpes de campo e vacinais, no caso da detecção de amostras positivas para VDN e LTI, devido a utilização de vacinas para o controle dessas enfermidades no país. Desta forma, serão gerados dados epidemiológicos referentes à circulação das estirpes virais desses patógenos.

Objetivos:

Específicos

A. Padronizar as técnicas moleculares para detecção e caracterização molecular dos vírus de IA e DN, a partir das amostras coletadas de aves de susbsistência, no noroeste do estado de São Paulo.

B. Padronizar as técnicas moleculares para detecção e caracterização molecular do vírus de LTI, a partir das amostras coletadas em granjas de postura comercial localizadas na região de Bastos e Guatarapá.

C. Detecção da presença do vírus de Influenza aviária (IA) e do vírus da Doença de Newcastle (VDN) em propriedades que contenham aves de subsistência, no raio de 1 km de distância de granjas de reprodutoras, localizadas em municípios do noroeste do estado de São Paulo.

D. Realizar a diferenciação entre as estirpes vacinais e de campo do vírus da VDN, uma vez que possa haver uma possível circulação de estirpes vacinais nas aves de subsistência localizadas próximas de granjas de reprodutoras, devido a utilização de vacinas contra a VDN nas reprodutoras comerciais localizadas na região deste estudo.

E. Realizar a diferenciação entre as estirpes vacinais e de campo do vírus da LTI, uma vez que possa haver uma possível circulação de estirpes vacinais nas aves de postura comercial devido a utilização de vacinas contra a LTI nos bolsões localizados em Bastos e Guatapará.

F. Realizar o sequenciamento através da técnica de NGS, com a finalidade de gerar dados epidemiológicos relevantes sobre as enfermidades virais de controle oficial no estado de São Paulo (IA, VDN e LTI).

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  Renato Luís Luciano      IB

Estudos das características morfológicas e moleculares do ácaro Allopsoroptoides galli Mironov (2013), avaliação da transmissão e do controle através da ingestão do óleo de Neem.

n° SGP 2233

O ácaro Allopsoroptoides galli  Mironov (2013) foi o primeiro Psoroptoididae  observado nas penas de aves da  ordem Galliformes, esta nova espécie de um novo gênero, foi encontrada em granja de postura comercial no Estado de São Paulo. Os danos causados pelo parasitismo de A galli estão relacionados com a piora da conversão alimentar, redução  na produção de ovos. Em um surto estimou-se que a perda de produção de ovos foi de 30%. Há poucas informações sobre a taxonomia integrativa do A. galli, principalmente em relação a caracteres moleculares, visto que somente recentemente este ectoparasita se tornou um problema para a avicultura comercial. Apesar de não haver ampla divulgação, sabe-se que as infestações estão ocorrendo em muitos estabelecimentos justificando novas pesquisas sobre o tema visando a diversidade de formas de controle, portanto, propõe-se neste trabalho o aprofundamento desses estudos.

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  Fernanda calvo duarte      IB

VIROMA NA CULTURA DO MILHO, POTENCIAL CAUSADOR DE PERDAS À CULTURA

n° SGP 2225

O milho constitui o principal cereal cultivado no Brasil, com uma área plantada de 17.347 mil hectares e uma produção de 93,8 milhões de toneladas na safra 2017/2018. A cultura passou por diversas modificações nas duas últimas décadas, especialmente o cultivo de duas safras por ano, ocasionando a sobreposição de ciclos, e a adoção de novos cultivares transgênicos Bt. Ao longo dos anos, isso criou um novo ambiente para a cultura e favoreceu o surgimento de novos problemas com pragas e doenças. Um dos principais problemas enfrentados pelos produtores nas últimas safras foi a ocorrência de danos relacionados à infecção viral, mais provavelmente causados por complexos virais. O motivo principal que levou à elaboração desta proposta foi o recente surto epidêmico de sintomas atribuídos a viroses e molicutes em importantes regiões produtoras de milho, principalmente no norte e noroeste do estado de São Paulo, oeste da Bahia, sudoeste de Goiás e noroeste de Minas Gerais. Este projeto propõe o levantamento, identificação e sequenciamento por NGS das espécies e estirpes constituintes do viroma incidente na cultura do milho, atualmente, com foco no estado de São Paulo. No caso do envolvimento de novos vírus, será feita a caracterização molecular e biológica, incluindo testes de transmissão por potenciais insetos vetores, além do desenvolvimento e aperfeiçoamento do diagnóstico baseado nos dados do genoma desses microrganismos. A identificação e diagnóstico precisos das espécies de vírus incidentes no campo consistem numa demanda imediata por parte dos produtores e constituem uma etapa primária e essencial para o desenvolvimento de cultivares resistentes a esses patógenos. Ao mesmo tempo, essas são informações vitais em estudos epidemiológicos e planejamento de outras estratégias de controle.

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  MARCOS CESAR GONCALVES      IB

Suscetibilidade a antimicrobianos de cepas de Salmonella provenientes de aves de postura comercial e frangos de corte

n° SGP 2217

Bactérias do gênero Salmonella são importantes causas de infecções alimentares em todo o mundo. Os produtos de origem avícolas, carne e ovos, podem estar contaminados e estão entre as fontes mais frequentes de surtos de Salmonella sp. em humanos. No Brasil, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) divulgou dados epidemiológicos referentes às enfermidades veiculadas por alimentos notificadas entre 2000 e 2013, em que o agente patogênico de maior prevalência foi a Salmonella spp., relacionada a 1522 casos. É importante salientar a subnotificação destas enfermidades, sendo uma questão relevante que pode mascarar a realidade no país. Os fatores necessários para tornar viável a avicultura industrial são o constante melhoramento genético, as melhorias na eficiência alimentar, a adoção de modernas técnicas de manejo, a intensificação do controle sanitário e o uso de instalações modernas de alta densidade. Porém, esses fatores podem comprometer o sistema de defesa dos animais, favorecendo a instalação, multiplicação e disseminação de agentes infecciosos entre as aves, os lotes e as granjas. O ambiente da granja de postura pode ser uma notável fonte de Salmonella, pois possui condições favoráveis para a manutenção dessa bactéria na granja, devido a grande quantidade de matéria orgânica e umidade que podem servir de reservatório para salmonelas por longos períodos.  A utilização de antibióticos e quimioterápicos tornou-se um importante instrumento, principalmente quando utilizado para assegurar e incrementar a eficiência produtiva como promotores de crescimento e para controlar ou tratar doenças. Destaca-se  a relevância do uso desses medicamentos na manutenção dos padrões sanitários e de bem-estar dos animais, meta importante na produção. Mas o uso indiscriminado e inadequado de antibióticos, tanto em homens quanto em animais, tem emergido como problemas em saúde em diversos países, já que a pressão seletiva destes fármacos sobre bactérias patogênicas em animais também influencia o perfil de sensibilidade de bactérias virulentas. Diversos sorotipos de Salmonella tem demonstrado multirresistência a diferentes antimicrobianos.

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  ANA MARIA IBA KANASHIRO      IB

Carrapatos e Ácaros Mesostigmatas de Importância Veterinária

n° SGP 2197

Resumo 1

Amblyomma sculptum, conhecido como carrapato-estrela no Brasil, apresenta grande importância na saúde pública e veterinária pela capacidade de transmitir uma variedade de patógenos aos seus hospedeiros, principalmente Rickettsia rickettsii, agente causador da Febre Maculosa Brasileira (FMB). Segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo entre 2007 e 2019 foram registrados 795 casos de FMB sendo 424 óbitos. A capivara é um dos principais hospedeiros para todos os estágios parasitários do A. sculptum  e sua presença nos parques e condominios margeados por lagos tem sido frequente, aumentando assim, os riscos à saúde humana. Diante dos relatos de casos de FMB na cidade de Salto, município cortado pelos rios Tietê e Jundiaí, situação geografica que favorece a presença de capivaras propõe-se neste trabalho o manejo integrado para o controle do A sculptum com a integração de medidas apropriadas que desestimulem o desenvolvimento de populações de carrapatos juntamente com a aplicação dos fungos entomopatogenicos Beauveria bassiana e Metahrizium anisopliae.

 

Resumo 2

Os carrapatos provocam muitos prejuízos a saúde dos animais, humanos e ao agronegócio. Os carrapatos são parasitos hematófagos de vertebrados terrestres e são vetores de muitas doenças incluindo enfermidades provocadas por vírus e bactérias. Os carrapatos do gênero amblyomma popularmente conhecidos como “carrapato estrela” são vetores da Febre Maculosa Brasileira que é uma zoonose e um grande problema de saúde pública por trata-se de uma doença com grande índice de letalidade. A dificuldade do controle desse parasito bem como o desenvolvimento de resistência à muitos inseticidas torna o controle do carrapato oneroso. Os microhimenópteros do gênero ixodiphagus hookery são parasitoides dos carrapatos incluindo os do gênero amblyomma, e são relatados como eficazes no controle de carrapatos de diversas espécies e já foram relatados em diversos países incluindo o Brasil, porém ainda está pouco elucidado o seu potencial para ser utilizado no controle biológico dos carrapatos. O presente resumo tem por objetivo revisar os relatos da presença do parasitoide em diversos países e no Brasil.

Resumo 3

O Rhipicephalus (Boophilus) microplus, ectoparasito de maior importância sanitário e econômico para a criação de gado em todo o mundo abrangendo países tropicais e subtropicais incluindo o Brasil com altos níveis de umidade. Os prejuízos causados pelo carrapato do boi são da ordem de 3,24 bilhões de dólares ao ano. Em diversos estados do país são amplamente diagnosticados ocorrências de populações resistentes as classes de acaricidas e suas associações. O presente trabalho propõe o levantamento da resistência do carrapato R. microplus em todo o Estado de São Paulo, onde serão coletadas amostras de carrapatos de 150 fazendas provenientes de 28 municípios. Para tanto será realizado o bioensaio usando o teste de pacote de larvas (TPL) impregnados em diferentes concentrações com cipermetrina e diazinon determinando o percentual de mortalidade e calcular as concentrações letais 50% e 99% (CL50 e CL99) usando software “probits” POLO-PC. Também serão realizados testes moleculares para  detectar e quantificar níveis de expressão de mRNA envolvidos na síntese enzimáticas esterase e acetilcolinesterase que confere resistência a piretróides e organofosforados respectivamente. Além disso, será verificado a eficácia in vitro do Metarhizium anisopliae em larvas e carrapato para posterior aplicação no pasto, como alternativas de controle biológico visado a diminuição dos prejuízos socioeconômicos causados pelo carrapato dos bovinos.
Resumo 4

O uso do controle biológico como alternativa de controle de ectoparasitas é de extrema importância, visto o crescente número de estudos sobre o controle biológico aplicado a ectoparasitas em campo, porém o conhecimento a nível celular ainda é escasso. Os dados disponíveis de morfo-ultraestrutura de carrapatos infectados por fungos entomapatogênicos restringe-se a testes realizados in vitro, podendo não retratar a realidade. Em campo, fatores bióticos ou abióticos podem interferir na eficácia do fungo. Logo, o presente estudo é relevante para compreender as interações entre o patógeno e o hospedeiro em condições de campo dos carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus, expostos à solução fungicida a base de conídios da espécie Metarhizium anisopliae condições simuladas de campo, a fim ser retratado um cenário similar ao real.

Resumo 5.

Diversas espécies de ácaros são associadas a excrementos de animais, incluindo os Macrochelidae, uma família com grande diversidade de predadores encontrados em diferentes nichos ecológicos, tais como matéria orgânica vegetal e carcaças de animais em decomposição. Esta família abrange cerca de 470 espécies de 24 gêneros identificados morfologicamente, e pouco mais de 10 tiveram seu DNA sequenciado. Algumas espécies apresentam comportamento forético em besouros e moscas. Seu papel como predadores vem sendo explorado desde a década de 1940, visando o controle de larvas de primeiro ínstar de moscas sinantrópicas e dos animais de produção. Entretanto, seu papel na predação de larvas infectantes de nematódeos gastrintestinais não tem sido explorado. O presente estudo teve como objetivos identificar as espécies de macroquelídeos presentes na região de Guaratinguetá – SP, usando caracteres morfológicos e técnicas moleculares; verificar a sazonalidade das espécies nesta região e sua distribuição na placa de esterco bovino; avaliar a pressão exercida das espécies de macroquelídeos sobre populações de nematódeos gastrintestinais de bovinos, ovinos e equinos. Foram encontradas quatorze espécies de macroquelídeos, sendo duas consideradas como novos registros para o território e uma espécie nova que será futuramente descrita. As análises moleculares confirmaram a identificação morfológica das espécies. O alinhamento dos trechos de DNA sequenciados correspondentes à região do espaçador interno transcrito (ITS I) do rRNA nuclear agrupou monofileticamente a espécie Holostaspella bifoliata com as espécies do gênero Macrocheles, e o alinhamento dos trechos de DNA sequenciados correspondentes à região da citocromo oxidase I mitocondrial (mtCOI) agrupou a espécie Glyptholapis americana parafileticamente à espécie Macrocheles mammifer. A maioria das espécies não apresentou um comportamento sazonal. As espécies Macrocheles merdarius e Macrocheles robustulus foram as mais frequentes. Com relação às partes do esterco, a distribuição das espécies foi mais evidenciada nas bordas das placas. A espécie H. bifoliata foi avaliada quanto ao seu potencial como predadora de larvas de nematódeos gastrintestinais em um modelo de coprocultura. O percentual de recuperação de larvas infectantes foi significativamente menor nas culturas fecais de bovinos (p = 0,048) e de equinos (p = 0,037) quando comparadas às respectivas culturas controle. Este achado sugere fortemente que H. bifoliata é um predador eficaz de larvas de nematódeos parasitários e pode ser desenvolvido como agente de controle biológico para uso no futuro como parte de um programa de controle integrado.

Resumo 6.

O carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, conhecido popularmente como carrapato-do-boi é uma espécie parasita de bovinos capazes de transmitir agentes infecciosos, gerando prejuízos estimados em 3,24 bilhões de dólares por ano. O tratamento químico é o principal meio de controle do R. microplus, no entanto, há registros de ocorrência de populações resistentes aos produtos usados em diversas regiões do Brasil. Devido ao parasitismo, aos danos causados em animais de produção e a resistência aos carrapaticidas é necessária a busca de controles alternativos. O fungo entomopatogênico Metharizium anisopliae é um promissor agente biocontrolador para este artrópode, iniciando o processo de infecção através da penetração na cutícula do carrapato, quando aplicados a campo, entretanto, podem sofrer influência das intempéries ambientais. O objetivo deste trabalho foi verificar a eficácia do fungo M. anisopliae em carrapatos R. microplus em condições simuladas de campo. O experimento foi realizado no Instituto Biológico de São Paulo. Fêmeas ingurgitadas dos carrapatos foram colocadas individualmente em tecido voal, denominados marcadores de campo, sendo 9 fêmeas do grupo tratado e 9 do controle. A formulação fúngica contendo 95% água, 5% de óleo mineral e 20mg do fungo M. anisopliae isolado IBCB 425 (2x1011 conídios por grama) foi aplicada ao solo nos meses de outubro e novembro de 2019, março e abril de 2020, os marcadores de campo eram colocados sobre o solo, permanecendo por 15 dias (experimento 1). Nos meses de junho e julho, após a aplicação, eram colocados marcadores semanalmente e retirados 15 dias pós colocação (experimento 2). Foram feitos cortes histológicos dos marcadores de campo, os cortes foram corados com hematoxilina e eosina. Coletas de solo foram realizadas para análise de organismos não alvo. Com os dados de inibição de postura dos experimentos 1 e 2, juntamente com os achados histológicos, é possível afirmar que o fungo causa alterações no sistema reprodutor da fêmea de R. microplus. Os resultados obtidos destes experimentos servem como base para estabelecer o intervalo de aplicação dos fungos no pasto, visto que nas duas primeiras semanas a eficácia do fungo foi acima de 90% com decréscimo das demais semanas, dados que favorecem a aplicação de fungos no pasto com intervalo de 20 dias quando utilizado somente o controle biológico ou 30 dias quando associado a um controle químico estratégico

Resumo 7

A subordem Uropodina reúne cerca de 2000 espécies conhecidas no mundo. Trata-se de um grupo característico de ácaros de abundantes na região tropical, onde eles atingem sua diversidade máxima no solo e habitats adjacentes descritos a seguir. No entanto, os estudos sobre o grupo estão difusos e no Brasil pouco se conhece sobre a diversidade de espécies pertencentes a algumas famílias, principalmente aquelas que colonizam o esterco. O conhecimento das espécies existentes torna possível a atualização de informações referentes a classificação taxonômica, tendo em vista que se há divergências na classificação de alguns gêneros e espécies desse grupo. Assim, o objetivo deste trabalho será coletar e identificar ácaros uropodídeos em amostras de esterco de animais de produção provenientes de regiões do Estado de São Paulo. Determinar aspectos da sua biodiversidade, sazonalidade, caracterizar morfologicamente e molecularmente gêneros e espécies presentes, além de testes de controle biológico em ovos e larvas de dípteros. Espera-se que os resultados deste estudo sejam a base para o conhecimento da diversidade de ácaros em agrossistemas, destacando a importância do equilíbrio ecológico, a partir do controle biológico, com a identificação filogenética de espécies de uropodídeos.

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  Márcia Cristina Mendes      IB

Chave para identificação de parasitoides (Hymenoptera: Scelionidae, Encyrtidae, Eurytomidae) de ovos de Pentatomidae (Hemiptera) de interesse econômico no Brasil

n° SGP 2149

Percevejos da família Pentatomidae (Hemiptera) são pragas sérias de várias culturas de grande importância, como soja e arroz (Corrêa-Ferreira 2002, Martins et al. 2004). O controle biológico dessas pragas com parasitoides de ovos é uma alternativa viável; existe, inclusive, um projeto consagrado no Brasil, que é o controle biológico de percevejos da soja com Trissolcus basalis (Wollaston) e Telenomus podisi Ashmead (Hymenoptera: Scelionidae) na região sul do país (Corrêa-Ferreira, 2002). Contudo, diferentes espécies de parasitoides podem apresentar distintas preferências por hospedeiros e regiões de ocorrência, com variação na eficiência de parasitismo. A correta identificação dos organismos envolvidos é essencial para o sucesso de projetos de controle biológico de pragas, dada a variação na eficiência no controle proporcionado pelas diferentes espécies de inimigos naturais. O objetivo deste trabalho é construir uma chave dicotômica para espécies de parasitoides (Scelionidae, Encyrtidae, Eurytomidae) de ovos de percevejos (Pentatomidae) em culturas de interesse econômico no Brasil. Para tanto, foi solicitada à FAPESP (e concedida por ela) uma Bolsa de Pesquisa no Exterior, com o objetivo de realizar um treinamento sob a supervisão do Dr. Norman F. Johnson (Ohio State University, Columbus, Ohio, E.U.A.), uma das maiores autoridades mundiais sobre o grupo na atualidade; ele também é diretor da C.A. Triplehorn Insect Collection (OSUC), da referida universidade, que abriga a maior coleção de parasitoides pertencentes a esse grupo no mundo e contém espécimes brasileiros a ele enviados para identificação. A OSUC possui pelo menos oito espécies de Telenomus e Trissolcus associadas a Pentatomidae que ocorrem no Brasil e que não tem exemplares em coleções brasileiras organizadas. Durante esse período, de um ano de duração, serão identificados, com o auxílio do Dr. Johnson, cerca de três mil exemplares brasileiros de parasitoides de Pentatomidae pertencentes à família Scelionidae, recebidos pelo Instituto Biológico. Também serão obtidas imagens e serão estudados espécimes tipo desse grupo ou materiais indisponíveis no Brasil depositados na OSUC, visando estabelecer limites entre as espécies que aqui ocorrem. 

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  Valmir Antonio Costa      IB

Atuação do Instituto biológico na resolução de casos de mastite subclínica bovina em propriedades de baixa renda do município de São José do Barreiro ? SP, em parceria com empresa privada e a prefeitura.

n° SGP 2123

Mastite bovina é uma enfermidade que acomete a glândula mamária de vacas e acarreta grandes prejuízos econômicos, devido à diminuição da produção leiteira, bem como com o gasto com uso de medicamentos no tratamento da mastite. O Instituto Biológico possui um Programa de Sanidade em Agricultura familiar (Prosaf) que realiza palestras com os técnicos responsáveis aos pequenos produtores a fim de proporcionar melhoria na produção leiteira. O presente trabalho foi realizado no município de São José do Barreiro, localizado no Vale do Paraíba, região da bacia leiteira do Estado de São Paulo, onde existem pequenos produtores com problemas na qualidade do leite. 

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  Alessandra Figueiredo de Castro Nassar      IB

Detecção histopatológica dos fungos Beauvariabassiana e Metarhiziumanisopliae no carrapato Amblyommasculptum infectados em laboratório

n° SGP 2049

O agente etiológico da febre maculosa brasileira é o carrapato Amblyomma sculptum na região sudeste brasileira, e Amblyomma cajennense no restante do Brasil. Devido à sua importância para a saúde pública, o Amblyomma sculptum é atualmente um objeto de estudos quanto à sua susceptibilidade à infestação pelos fungos entomopatogênicos Metarhizium anisopliae e Beauveria bassiana em uma tentativa do uso destas espécies fúngicas como agentes de controle biológico a campo. A demonstração da presença de hifas fúngicas nos tecidos internos de carrapatos submetidos à aplicação controlada destes fungos entomopatogênicos torna-se assim um indicador importante da capacidade infectante destes fungos em relação ao A. sculptum. Esta avaliação também nos permite investigar a extensão desta infecção, a sua dinâmica temporal, a susceptibilidade das diferentes fases de desenvolvimento do A. sculptum (larvas, ninfas e animais adultos), bem como quaisquer outros parâmetros isolados sob controle em condições experimentais. Neste projeto propomos a detecção do DNA do fungo Metarhizium anisopliae nos tecidos de A. sculptum pela técnica de CISH (Hibridização in situ com detecção cromogênica) utilizando um oligonucleotídeo biotinilado correspondente à região do RNA ribosomal de M. anisopliae. A detecção deste oligonucleotídeo após a hibridização será feita com um kit comercial contendo estreptavidina, peroxidase e tiramida.

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  Leonardo Costa Fiorini      IB

Desenvolvimento e idade a primeira ovulação de novilhas suplementadas com sal mineral proteico durante o período seco do ano

n° SGP 2035

Nos bovinos a contenção da atividade reprodutiva após o nascimento acontece por excesso de sensibilidade do hipotálamo ao feedback negativo dos esteroides gonadais. A diminuição progressiva da sensibilidade do hipotálamo aos esteroides gonadais culmina com a primeira ovulação. Novilhas de origem europeia (Bos taurus) apresentam o início da atividade reprodutiva mais cedo do que novilhas de origem zebuína (Bos indicus). A redução na idade à primeira cria traduz em aumento na taxa de desfrute, diminuição da quantidade de animais em recria e aumento no número de fêmeas aptas à reprodução. A falha na reprodução é um dos principais fatores responsáveis pelo fraco desempenho da pecuária de corte brasileira. O baixo índice de desfrute do rebanho brasileiro é resultado de vários fatores, entre eles, elevada idade ao primeiro parto e baixa taxa de prenhez das matrizes. Além dos mecanismos neuroendócrinos envolvidos na idade ao primeiro parto, fatores como a baixa qualidade das forragens, deficiências nutricionais, presença de doenças infecciosas, parasitárias e outras causas, contribuem, de forma direta, para os baixos índices de produtividade. A condição nutricional de um animal é um dos fatores mais determinantes da capacidade reprodutiva de uma fêmea, agindo não somente na geração de picos de secreção de hormônios relacionados à reprodução, mas também na atividade ovariana e sobrevivência embrionária. Para o desenvolvimento do presente projeto será utilizado 20 novilhas com 8 meses de idade, pertencentes à Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de São José do Rio Preto, Instituto de Zootecnia, divididas em um delineamento inteiramente ao acaso com dois tratamentos e dez repetições, constituindo desta forma: Grupo Controle: suplementado somente com uma fonte mineral; Grupo Proteinado: suplementação com uma fonte mineral, proteica e energética. Pretendemos acompanhar a ingestão dos suplementos de ambos os grupos, ganho de peso vivo e atividade ovariana. Buscaremos desta forma, estudar o efeito da suplementação proteica e energética durante o período pós-desmama, com o objetivo de maximizar o desempenho animal a aumentar a lucratividade do sistema agropecuário.

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  Daniel de Jesus Cardoso de Oliveira      IB

Alphaherpesviroses de ruminantes; análises completas do genoma e sua prevalência em espécies heteróloga

n° SGP 2026

Os alfaherpesvírus bovinos (αBoHV-1 e αBoHV5)  são agentes etiológicos que causam perdas econômicas devido a perdas reprodutivas e/ou neurológicas em rebanhos bovinos. A espécie bubalina também pode ser acometida por essas estirpes virais, embora exista o Herpesvirus bubalino tipo 1 (αBuHV-1). Todas essas estirpes virais já foram identificadas no Brasil por testes sorológicos e há possibilidade de haver reatividade cruzada entre eles, principalmente entre os αBoHV-5 e αBuHV-1. Por esse motivo, o objetivo desta pesquisa é detectar a presença de αherpesvirus em búfalos abatidos na região de Boituva-SP por métodos tradicionais e moleculares. Como objetivos específicos detectar a presença do αBoHV-5 pela qPCR; realizar o isolamento viral para o αBuHV-1em células MDBK; realizar o sequenciamento completo para estudos de filogenia e avaliar o grau de homologia entre os αBoHV-5 e αBuHV-1; realizar nas amostras de soro o teste de virusneutralização (VN), respectivamente para αBoHV-5 e αBoHV-1; realizar o teste de ELISA indireto capaz de distinguir na mesma placa, o αBoHV-1 e αBuHV-1.O cálculo amostral estimado para esta pesquisa, com base na população bubalina do Censo de 2018 é de 300 animais.Até o momento foram analisados 89 amostras de búfalos (sistema nervoso central e soro), de ambos os sexos, oriundos de sete municípios do Estado de São Paulo: Capão Bonito, Cerqueira Cesar, Cerquilho, Itapetininga, Pariquera-Açu, Salto de Pirapora e Tapiraí. Nos testes moleculares para αBoHV-1 e αBoHV-5, todas as 89 amostras de Sistema nervoso foram negativas. Nos testes sorológicos obteve-se pelo menos um animal reagente em pelo menos um dos testes, a saber: a VN para αBoHV-5 obteve-se 33,7% (30/89) de soropositividade enquanto que para o αBoHV-1 e αBuHV-1 nem todas as amostras de soro foram realizadas na totalidade, ou seja, para αBoHV-1 obteve-se 34,5% (29/84) e para αBuHV-1 foi de  26,3% (20/76) de soropositividade. Destaca-se, que por este kit de ELISA distinguir entre o αBoHV-1 e αBuHV-1 na mesma placa, as amostras que havia dado sorologia positiva na VN de αBoHV-1 foram negativas no teste de ELISA. Com exceção dos municípios de Cerquilho e Tapiraí, os demais apresentaram, no mínimo, um animal positivo para um dos virus; 8 animais apresentaram reatividade cruzada entre os αBoHV-1 e αBoHV-5 e 19 animais apresentaram reatividade cruzada entre as três estirpes. Resultados preliminares indicam que há forte correlação entre αBoHV-5 e αBuHV-1.

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  Liria Hiromi Okuda      IB

Cerrado "stricto sensu" versus ecótono Cerrado-Floresta Amazônica: composição, riqueza e diversidade de himenópteros parasitoides (Insecta, Hymenoptera)

n° SGP 2024

O Brasil é um dos países com maior biodiversidade do planeta e sua perda é um dos grandes problemas ambientais da atualidade. A necessidade de exploração dos recursos naturais com vistas ao desenvolvimento do país tem levado à fragmentação de grandes áreas dos ecossistemas brasileiros, muitos dos quais transformados em pequenas manchas remanescentes, com conseqüências negativas para a biota como as mudanças climáticas que podem gerar mais perdas de biodiversidade. As áreas naturais da região Sudeste brasileira são formadas basicamente pelos biomas Mata Atlântica e Cerrado, cujas importâncias foram recentemente reconhecidas com suas inclusões na lista de hotspots. Apesar de a fragmentação de áreas naturais ser responsável pelo desaparecimento de muitas espécies, muitas das quais sem sequer serem conhecidas, parte da biodiversidade original ainda está presente nos fragmentos remanescentes. Os insetos compreendem mais da metade de todos os organismos vivos descritos e muitos ainda estão por serem descobertos. Considera-se inseto parasitóide aquele cuja larva se desenvolve alimentando-se dentro ou junto a um hospedeiro artrópode que, na maioria das vezes, é morto com o desenvolvimento da larva parasitoide. No aspecto econômico, os himenópteros parasitóides incluem muitas espécies utilizadas em programas de controle biológico em ecossistemas agrícolas tropicais e subtropicais.

Esta proposta tem por objetivos: comparar a fauna de himenópteros parasitoides de duas áreas core de Cerrado stricto sensu, localizadas nos Parques Nacionais da Chapada dos Veadeiros e Grande Sertão Veredas, nos municípios de Alto Paraíso, Goiás e Chapada Gaúcha, Minas Gerais com uma área de ecótono Cerrado-Floresta Amazônica localizada na Ilha de Maracá, Roraima; reunir esforços para consolidar informações a respeito da diversidade biológica do Cerrado e identificar lacunas do conhecimento; aplicar métodos de análise filogenética e biogeográfica para estudar a congruência entre os padrões de diferentes grupos taxonômicos; disponibilizar a informação obtida para públicos de diferentes níveis de interesse nos insetos ou em conservação; identificar áreas e ações prioritárias para a conservação; contribuir para a avaliação da utilização e de alternativas para uso dos recursos naturais compatíveis com a conservação da biodiversidade e, promover a conscientização e participação da comunidade na conservação da biodiversidade do Cerrado.

Esta proposta pretende reunir especialistas em estudos taxonômicos e sistemáticos de diferentes grupos de Hymenoptera, um dos grupos de insetos mega diversos nos ecossistemas terrestres. Os pesquisadores participantes formam um grupo coeso, experiente e com histórico de participação conjunta em projetos anteriores, de forma que suas experiências prévias em pesquisa permitem antever que haverá importante incremento para o conhecimento da biodiversidade das áreas estudadas: esses pesquisadores, em projetos anteriores, descobriram número expressivo de novos táxons, inclusive gêneros, o que demonstra a necessidade da continuidade nessa linha de trabalho.

É outra importante ação desta proposta de pesquisa ampliar o acervo testemunho da riqueza biológica de áreas de cerrados, ambiente perigosamente ameaçado por ações antrópicas.

Com aproximadamente dois milhões de km2 - cerca de 20% do território nacional - (Carvalho, 1987) o Cerrado é o segundo maior bioma do país; ocorre latitudinalmente do Amapá e Roraima ao Paraná e, no sentido das longitudes, do Sergipe a de encraves na floresta amazônica; é a savana mais biodiversa do mundo (Coutinho, s.d.p.) e, por isso foi incluso na lista das regiões biologicamente ricas em espécies endêmicas e com grande perda de habitat (Myers et al., 2000); sua vegetação vem sofrendo intenso antropismo devido à expansão da fronteira agrícola, que converteu em pastagens cultivadas e lavouras diversas cerca de 50% de sua área (Coutinho, s.d.p.) e transformou o bioma em ilhas isoladas. Somente cerca de 3% de sua extensão original estão protegidos em parques e reservas federais ou estaduais (Conservation International, s.d.p).

Em virtude da rapidez de sua devastação, é premente a necessidade de estudos a respeito de sua composição faunística e a ampliação do número de exemplares depositados em coleções biológicas, de forma a documentar e retratar o mais fielmente possível sua fauna.

As florestas tropicais tem prioridades nos planos mundiais de conservação (Joly, 1999) mas são poucas as publicações científicas sobre levantamentos faunísticos de artrópodes, cuja fauna nos Cerrados é diversa, desconhecida e com grande número de espécies endêmicas.

As amostragens serão realizadas durante dois anos consecutivos, em duas áreas core de Cerrado stricto sensu, localizadas nos Parques Nacionais da Chapada dos Veadeiros e Grande Sertão Veredas, nos municípios de Alto Paraíso, Goiás e Chapada Gaúcha, Minas Gerais com outra área de ecótono Cerrado-Floresta Amazônica localizada na Ilha de Maracá, Roraima. Serão utilizadas cinco armadilhas Malaise, com troca do frasco coletor a cada 15 dias (3650 dias/armadilha/localidade); a cada três meses serão utilizadas 300 armadilhas de Moericke ativas por 48 horas (1600 dias/armadilha/localidade), três armadilhas luminosas modelo Jermy (lâmpadas fluorescentes, de cor branca, de 40 W, controladas por fotocélulas e alimentadas por gerador), adaptadas daquelas descritas por Szentkiralyi (2002), que permaneceram ativas por duas noites (24 horas)/estação do ano (48 noites/armadilha/localidade de coleta) e varredura da vegetação (duas horas de varredura em 24 ciclos de 5 minutos cada, desconsiderando-se o tempo necessário para a remoção dos insetos e detritos da rede), o que totalizará 16 horas/localidade de coleta.

Os locais de coleta serão georeferenciados e, quando possível, serão obtidos registros de temperaturas máxima, mínima e média, umidade relativa e precipitação.

Os himenópteros serão triados e separados em superfamílias no Laboratório de Sistemática e Bioecologia de Parasitoides e Predadores, do Instituto Biológico em Ribeirão Preto, conservados em ETOH a 100% e encaminhados aos demais especialistas participantes do projeto. Serão objeto de estudo as espécies de Ichneumonoidea, Chalcidoidea e Bethylidae.

O material obtido será incorporado às coleções entomológicas do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade Federal de São Carlos (DCBU), em São Carlos, SP; do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZSP) em São Paulo, SP; da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e do Instituto Biológico em Ribeirão Preto (LRRP) e em Campinas, SP. Os grupos não estudados serão mantidos em meio líquido, sob refrigeração, nas coleções do DCBU, LRRP e MZSP e disponíveis para estudo.

 

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  Nelson Wanderley Perioto      IB

ESTUDOS SOBRE VÍRUS QUE INFECTAM FUNGOS FITOPATOGÊNICOS

n° SGP 1968

Rhizoctoniose de gramados, causada pelo fungo cosmopolita Rhizoctonia solani, internacionalmente denominada “large patch”, é uma doença comum e severa que ocorre em Zoyzia japonica, (grama Esmeralda), em todas as regiões onde é cultivada.  No Brasil, grama Esmeralda corresponde a 74% da grama comercializada e a doença está sempre presente nos períodos de temperaturas amenas, sob condições de umidade.  R. solani é um complexo de espécies, dividido em grupos e sub-grupos de compatibilidade somática variada (grupos de anastomose).   R. solani é um dos fungos fitopatogênicos parasitados por micovirus. Micovírus são vírus que se replicam em células de fungos.  Como os fungos, durante grande parte de seus ciclos de vida, produzem muitos tipos de esporos e trocam material citoplasmático na fusão de hifas vegetativamente compatíveis, os micovírus, parasitas obrigatórios, tiveram sua disseminação e dispersão garantidas. Representantes de micovírus encontram-se em todos os filos de fungos verdadeiros e também nos gêneros Pythium e Phytophthora de oomicetos, e já foram relatados em cogumelos comestíveis,  em leveduras, em fungos de importância médica, em fungos entomopatogêncios, em fungos endofíticos e em muitos fungos fitopatogêncos).   R. solani é um dos fungos fitopatogênicos parasitados por micovirus. Rhizoctoniose de gramados, causada pelo fungo cosmopolita Rhizoctonia solani, internacionalmente denominada “large patch”, é uma doença comum e severa que ocorre em Zoyzia japonica, (grama Esmeralda), em todos as regiões onde é cultivada.  No Brasil, grama Esmeralda corresponde a 74% da grama comercializada e a doença está sempre presente nos períodos de temperaturas amenas, sob condições de umidade.  R. solani é um complexo de espécies, dividido em grupos e sub-grupos de compatibilidade somática variada (grupos de anastomose).   R. solani encontra-se entre os fungos fitopatogênicos parasitados por micovirus, cuja hipovirulência, modulada pela espécie M2, pertencente ao gênero Mitovirus, foi relatada em isolados do fungo que causam doença em batata. Para identificar e caracterizar R. solani em grama Esmeralda, será empregado o isolamento direto e a preservação em tiras de papel filtro e para a detecção da presença de micovírus que poderiam estar relacionados à virulência deste fungo, será empregado o método de cromatografia em celulose não iônica. O presente projeto tem o objetivo de identificar e caracterizar isolados de R. solani  em amostras de grama Esmeralda coletadas nos municípios de São Paulo, Cotia, Bragança Paulista, Ilhabela e Itapetininga e também, detectar e identificar micovírus que podem ocorrer nestes isolados e que podem estar relacionados à virulência do fungo.

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  Addolorata Colariccio      IB

FLUXO GÊNICO E ENTOMOFAUNA ENTRE CULTURAS DE SOJA TRANSGÊNICAS E CONVENCIONAIS

n° SGP 1955

A competitividade proporcionada pela resistência a pragas e/ou herbicidas fez com que a soja transgênica ocupasse significativa parte das áreas agricultáveis do país em curto espaço de tempo. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja e a taxa de adesão de cultivares transgênicos foi de 93%. Essas lavouras não são totalmente isoladas reprodutivamente ou geograficamente, de forma que a dispersão de pólen seja biótica ou abiótica, pode resultar em contaminação e fluxo gênico. Embora a soja seja uma espécie essencialmente autógama, a polinização cruzada entre plantas transgênicas também é possível. Além disso, Alguns estudos demonstraram diferença estatística entre os grupos soja convencional e soja transgênica quanto aos teores de isoflavonas. Se por um lado, isoflavonas são capazes de ajudar na queda do colesterol e na melhora da osteoporose, diminuindo sintomas da TPM e menopausa, por outro, este composto com estrutura química semelhante ao hormônio estrógeno dos mamíferos, pode agir como desregulador endocrino, em especial para vegetarianos e crianças, aumentando as chances de desenvolvimento sexual prematuro em meninas, pelo aumento de hormônio feminino na corrente sanguínea, e no retardamento do desenvolvimento sexual em meninos, pela inibição da produção de testosterona. Este trabalho tem como objetivo avaliar a concentração de isoflavona, o fluxo gênico e a entomofauna em culturas de soja transgênicas (RR e BtRR2) cultivadas em ambiente aberto ao longo dos anos em glebas vizinhas.

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  Geraldo Balieiro Neto      AR / IB

Identificação e manejo de pragas na arborização e em áreas verdes urbanas

n° SGP 1948

Os problemas na arborização urbana são muito comuns e causados, na maioria das vezes, por um manejo inadequado, prejudicial às plantas (Rodrigues et al. 2002).
A falta de planejamento ou escolha de espécies arbóreas condizentes com o local, desconhecimento sobre a biologia e fisiologia vegetal, estresse, falta de cuidados em transplantes, podas drásticas, presença de pragas como brocas, cupins, formigas, sugadores e desfolhadores, além de doenças, falta de espaço, intempéries, descuidos e descasos, são alguns dos muitos problemas encontrados em árvores viárias levando ao tombamento precoce (Zorzenon, 2004; 2009).
A sobrevivência das árvores em ambientes diversos depende da confiabilidade mecânica de suas estruturas onde problemas no tronco podem acarretar riscos de tombamento potencializando a ocorrência de sérios acidentes (Mattheck & Breloer 1997, Niklas 2002, Pereira et al. 2007). Infestação por cupins subterrâneos são frequentes e responsáveis por tombamentos, principalmente quando as espécies botânicas acometidas localizam-se em área urbana, assim como a presença de microcoleobrocas transmissoras de fungos fitopatogênicos às árvores e de formigas carpinteiras que apesar de proporcionarem danos modestos às plantas, causam elevados transtornos e desconforto aos cidadãos devido a invasões em edificações urbanas. O projeto tem por objetivos: identificar as principais pragas de importância na arborização urbana; estudar a eficiência de diversos inseticidas químicos de uso domissanitário e óleos naturais para o controle de cupins, coleobrocas e formigas carpinteiras na arborização urbana; testar repelentes (alomônios) para cupins e insetos broqueadores com ênfase nas microcoleobrocas; desenvolver armadilhas e testar atraentes para levantamento populacional de insetos broqueadores na arborização urbana; elaborar um manual ilustrado sobre as pragas na arborização urbana.

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  FRANCISCO JOSÉ ZORZENON      IB

Resistência de ácaros fitófagos (Tetranychus urticae) e predadores (Phytoseiulus macropilis) a acaricidas e estratégias de manejo de ácaros-praga com uso de ácaros predadores (Phytoseiidae) em ornamentais e citros

n° SGP 1884

Um dos fatores que dificultam a produção e a comercialização de diversas culturas agrícolas de importância econômica no Brasil é o ataque de diversas espécies de ácaros-praga, com destaque para os ácaros das famílias Tetranychidae (ex.: Tetranychus, Panonychus) e Tenuipalpidae (ex.: Brevipalpus). O ácaro-rajado, Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae), causa sérios prejuízos em diversas culturas, incluindo morango, mamão, pêssego, uva, feijão, algodão, rosa, crisântemo, gérbera, orquídea, entre outras, no País. Os ácaros Brevipalpus spp. (Acari: Tenuipalpidae) são considerados pragas-chave de culturas como citros, café, diversas fruteiras e ornamentais, e estão associados à transmissão de várias viroses, incluindo o vírus da leprose dos citros (Citrus leprosis virus - CiLV) e o da mancha angular do cafeeiro (Coffee ringspot virus - CoRSV). Os ácaros predadores da família Phytoseiidae são considerados os principais inimigos naturais de ácaros-praga de importância agrícola. Um dos sérios problemas enfrentados pelos agricultores tem sido a dificuldade para o controle de ácaros-praga através do uso de agroquímicos. O desequilíbrio biológico causado pela eliminação de inimigos naturais e o rápido desenvolvimento de resistência dessas pragas aos acaricidas estão entre as principais razões para essa dificuldade de controle. O objetivo geral do projeto é obter subsídios para o estabelecimento de programas de manejo de ácaros-praga (Tetranychidae, Tenuipalpidae) em diversas culturas, com ênfase em ornamentais e citros. Os objetivos específicos são: 1) estudar a resistência de T. urticae a acaricidas, em várias culturas de importância econômica; 2) estudar a resistência de ácaros predadores, principalmente Phytoseiulus macropilis (Banks), a acaricidas (incluindo estudos de caracterização bioquímica e molecular da resistência, com análise de transcriptoma em linhagens S e R de P. macropilis); 3) avaliar o efeito de agroquímicos, produtos naturais (extratos de plantas) e entomopatógenos (fungos, bactérias) sobre ácaros fitófagos (T. urticae, Brevipalpus yothersi, Brevipalpus papayensis) e predadores (Neoseiulus transversus, Neoseiulus californicus, Euseius citrifolius); 4) avaliar estratégias de manejo de ácaros-praga nas culturas de gérbera, orquídea e citros, incluindo a liberação de ácaros predadores (Phytoseiidae) para o controle biológico de ácaros-praga.

 

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  Mário Eidi Sato      IB

Ácaros associados a cultura da macadâmia no estado de São Paulo

n° SGP 1883

Os levantamentos serão conduzidos na região de Dois Corregos, Bocaina, Campinas, Ribeirão Preto SP e Guaxupé MG.  Serao amostrados Folhas e inflorescencia a cada dois meses durante o período de 4 anos. As amostras serão avaliadas no laboratório de Acarologia do Centro Experimental Central do Instituto Biologico em Campinas SP. Os ácaros predadores e pragas serao quantificados e identificados pelo Doutor Andre L. Matioli.

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  Andre Luis Matioli      IB
  Sobre

O SGP (Sistema de Gestão de Pesquisa) foi implementado em todas as unidades APTA, para centralizar o controle de todos os projetos desenvolvidos sob sua supervisão. [Ler mais]

Endereço APTA – São Paulo

Praça Ramos de Azevedo, 254, 2º andar - República, São Paulo - SP

Fone : (11) 5067-0447 e 5067-0427

  Endereço APTA – Campinas

Avenida Barão de Itapura, 1481 - Botafogo, Campinas - SP

Fone : (19) 2137-8930